Algumas facções do PS nacional estão a ponderar, na sequência de reuniões informais realizadas nos últimos meses, formalizar junto de José Sócrates a proposta de uma candidatura de António Guterres, antigo primeiro-ministro e actual alto comissário para os refugiados, às presidenciais de 2011. Segundo a minha fonte - que não revelo - a ideia dos defensores desta ideia é a de que o PS, porque dificilmente conseguirá um candidato capaz de unir os socialistas à esquerda, PCP e Bloco de Esquerda, pode optar por uma personalidade com um perfil pessoal e político que lhe pode garantir simpatias em instituições seculares que continuam a ser importantes na sociedade portuguesa, a que se juntava, segundo dizem, a certeza de conseguir manter o eleitorado socialista na sua esmagadora maioria, podendo ainda "entrar de uma forma significativa" no eleitorado do PSD e mesmo do CDS, além dos eleitores sem vínculo partidário, no fundo a base de apoio de Cavaco Silva. Embora o assunto não tenha sido posto a Guterres de uma forma prévia, destinada a apurar a sua receptividade, há quem admita que o ex-chefe do governo socialista, recuse regressar a uma posição política activa, muito menos contra Cavaco Silva, embora os defensores de Guterres entendam que pode concorrer contra o actual PR. Os mentores deste cenário, que aos poucos emergirá no seio do PS, admitem também que a amizade pessoal de Sócrates e de Guterres, pode ser decisiva e ter um papel importante. Diz a minha fonte que outro obstáculo importante tem a ver com a ala esquerda do PS que preferia a solução Alegre, por exemplo, ou outra, que aproximasse os socialistas do eleitorado de esquerda. Há quem defenda que a solução Guterres seria uma ameaça para Cavaco Silva e que as pressões recentes para que o actual PR anuncie a sua recandidatura, poderão estar relacionada com alguma fuga de informação directamente relacionada com esta estratégia. Aliás, sobre este tema, acho interessante este texto de João Pedro Henriques hoje publicado no DN de Lisboa depois de Marcelo Rebelo de Sousa no seu último programa na RTP ter desafiado Cavaco a anunciar a curto prazo a sua recandidatura.
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