segunda-feira, abril 21, 2008

Jardim defende reconstituição da Aliança Democrática

O líder do PSD/Madeira, Alberto João Jardim, defendeu hoje que o partido deve adoptar, num projecto para ganhar 2009, a reconstituição da Aliança Democrática com vista à união do espaço centro-direita. Jardim falava na inauguração de uma escola na Ribeira Brava, na zona oeste da ilha, e apontando as medidas que o PSD deveria adoptar visando a sua afirmação política nos próximos tempos, sustentou: "reconstituir a Aliança Democrática, antes que se dê a balcanização na nossa área do centro e da direita, com reformulação partidária destes espaços". Do discurso proferido por Alberto João Jardim, retiro a seguinte passagem:
"O Governo Regional seguirá a orientação e esforços do Senhor Presidente da República, no sentido de nos procurarmos concertar democraticamente com o Governo da República e de resolver civilizadamente os graves problemas que pendem. Mas é preciso que as coisas efectivamente se resolvam, que não fiquemos só pelas poses do “politicamente correcto”, nem se tenha a atitude sadia e louvável dos Membros do Governo da República quando na Região, enquanto simultaneamente, lá fora, somos agredidos politicamente. Pode o Governo da República contar com a nossa disponibilidade de contribuir para o Bem Comum dos Portugueses e, ao mesmo tempo, com o nosso empenho de defender os Direitos legítimos do Povo Madeirense. A “esquerda”, que anti-democraticamente domina quase toda a Comunicação Social, estando em causa o pluralismo democrático em Portugal, aproveitou a presença do Senhor Presidente da República na Madeira, para as habituais campanhas mentirosas, como o tenta fazer há mais de trinta anos. Por cá, não pega. E, no Continente, vai pegando cada vez menos. A intolerância dessa gente, no seu subconsciente totalitário, não suporta as posições madeirenses de oposição ao próprio Sistema político-constitucional vigente, não lhes fazendo o jogo de ser apenas oposição de carácter partidário, como actualmente o fazem, em Lisboa, os Partidos do Centro e da Direita. Voltaram à mentira orquestrada de os Portugueses da Madeira se desenvolverem à custa dos Portugueses de Lisboa. Uma posição minha face ao comportamento parlamentar de alguns Deputados, que reafirmo, foi desonestamente difundida como se eu tivesse posto em causa o Parlamento da Região Autónoma da Madeira, Instituição que, ao longo de todo este percurso autonomista, ninguém defendeu e procurou prestigiar mais do que eu. O que a “esquerda” pretende, é que tem o direito de achincalhar todos os que não são da sua área, como o faz em Lisboa, mas que os ofendidos não tenham o Direito de ripostar.
Assim não será na Madeira.
Mas esta “esquerda” é tão inábil que, em Lisboa, ao repetir tantas vezes a sua “indignação” virginal, o que conseguiu, dias seguidos, foi pôr todo o País a conhecer o que de facto são a “esquerda” e a sua aliada extrema-direita locais. Até serviu para no semanário mais oficioso do Sistema vigente, edição de sábado último, ficarmos a saber, através da confissão de um dos seus dirigentes de então, que numa reunião da direcção do partido socialista local, se discutiu a hipótese de um atentado bombista contra a minha residência familiar e a de outro Dirigente social-democrata. Invocando uma retaliação, a pretexto de actos de organizações com as quais nunca tive algo a ver. Comportamento esse, em 1977 já com a normalidade constitucional, de autêntico banditismo. E, depois, sou caluniado agora pela direcção socialista local, imputando-me actos do passado que, afinal, eram confessadamente discutidos e postos à votação, segundo o então dirigente socialista, em reuniões dessa cúpula partidária.
Vejam as teias que estão montadas neste País!
No actual panorama de uma certa indigência político-cultural, imposta de Lisboa ao País, não posso, responsavelmente, deixar de expressar a minha preocupação com a situação nacional do Partido que tem o mandato democrático de governar esta Região Autónoma, bem como todos os seus Municípios. O futuro do Povo Madeirense passa necessariamente por alterações governativas na capital, em 2009, pelo que é importante que, a nível nacional, o Partido Social Democrata encontre o rumo certo:
A. Até agora andamos a perder tempo com a fidelidade interessada de alguns, ao Sistema político-constitucional. O qual não serve aos Portugueses.
B. Agora, andamos a discutir pessoas, quando o essencial é discutir PROJECTOS.
C. Quando o essencial é o Partido Social Democrata saber se libertar da indicação, pela comunicação social de “esquerda”, dos candidatos a líderes nacionais que convêm a esta.
D. Quando, neste momento, o Partido Social Democrata só pode ter um Projecto. Ganhar as eleições de 2009.
E. Para ganhá-las, há que agarrar os temas que hoje mais afligem os Portugueses, mas contando e chamando os que trabalham nestes sectores, e não os hostilizando ou prejudicando. Agarrar estes oito temas e não perder mais tempo com questões laterais:
1.a Educação
2.a Saúde
3.a Segurança de pessoas e bens
4.o sistema de Justiça
5.a questão dos impostos e a necessidade de mais investimento público sustentável e de mais investimento privado.
6.o combate ao capitalismo selvagem.
7.o Emprego e a defesa dos Direitos de Quem trabalha.
8. a recuperação económica da Classe Média e das Classes mais desfavorecidas.
F. Tudo isto tratado através de um discurso mobilizador e popular, feito para atrair as grandes massas. Optar pelos comícios, em vez de os jantares só de família política.
G. Explicar que, neste momento após trinta e quatro anos do necessário 25 de Abril de 1974, hoje a “esquerda” é o passado, nós somos o futuro. Basta ver o desastre que, desde há sessenta anos, vem sendo a “esquerda” na Europa e, desde há trinta anos, em Portugal.
H. Contra-atacar forte e em público a comunicação social de “esquerda”, para aviso das populações e a obrigar a se centrar contra nós. À Sá Carneiro.
I. Reconstituir a Aliança Democrática, antes que se dê uma balcanização na nossa área do Centro e na área da Direita, com reformulação partidária destes espaços.
J. Ataque político feroz, inteligente e sem o erro da pessoalização, contra o Primeiro-Ministro, explorando todas as aneiras e faltas de honrar compromissos, expressivamente acumuladas, deixando que seja o Senhor a perder a cabeça, como, por enquanto, habitual e previsível.
L. Disciplina interna – o PSD funcionar como uma Armada, não tendo receio em marginalizar publicamente os que não ajudem neste Plano de Operações. Se é inaceitável que, no Partido Social Democrata, haja quem defenda o Sistema por causa dos seus “interesses” pessoais, muito mais ridículo e inaceitável é a ideia derrotista de alguns fazerem as suas contas individuais de se posicionar para o post-2009,quando o PSD, face ao actual descalabro nacional, se encontra ainda em condições de ganhar 2009
".
(veja aqui o video com a noticia da RTP)

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