Este foi o título de um trabalho de Susana Santos e Gustavo Cardoso, divulgado no "OberCom, 2007" e que vale a pena: “O presente estudo sobre públicos e as suas dietas mediáticas vem reforçar os resultados de vários estudos internacionais que apontam para a posse e o uso dos vários capitais – escolares, culturais, económicos e simbólicos – como um factor chave na explicação dos gostos e das práticas individuais. Sendo um estudo que segue a esteira de outros, a sua novidade resulta de ser um trabalho que nos informa sobre a realidade portuguesa contemporânea numa perspectiva de rede em que os vários media surgem associados. Assim, ao contrário de outros trabalhos, este não dá primazia a um meio de comunicação social em especial, procurando sim analisar as práticas de consumo mediático e como elas se desenrolam no quotidiano das pessoas. A procura do quotidiano, através de “apanhados” 4 da vida dos entrevistados permitiu uma análise mais rica que muitas vezes ultrapassou a esfera do consumo dos media para entrar em outros campos como a política, a economia, o trabalho, etc. Para além dos dados sobre a realidade portuguesa e as dietas e matrizes de media dos portugueses que este trabalho discute, o seu principal contributo será, porventura, o de abrir discussão para a necessidade de analisar os consumos de media numa perspectiva de rede, pois essa é a forma como, hoje em dia, tanto as pessoas como os grupos económicos lidam com o universo dos media. A nossa época é caracterizada pela multiplicidade, multitasking e fruição de múltiplos media, se não em simultâneo, pelo menos de forma agregada no nosso dia a dia. O desafio de percepcionar o desaparecimento, ou não, da comunicação de massa e a sua substituição pela comunicação em rede é a pergunta que fica para ser discutida por públicos, profissionais e académicos”.
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