sábado, março 29, 2008

Falências aceleram em Portugal...

Quem o diz são os jornalistas Abílio Ferreira, Anabela C. Campos, João Silvestre, Pedro Lima do semanário "Expresso": "A mistura explosiva proporcionada pela crise financeira internacional, os elevados preços do petróleo e a forte valorização do euro estão a causar grande apreensão junto do tecido económico português. E apesar de ser relativamente consensual que os seus impactos ainda não se reflectem totalmente na actividade das empresas, já há vários sinais de que estas têm estado a sofrer perturbações com a conjugação destes factores. Um deles é o elevado número de falências que se registaram nos últimos meses. De acordo com a Associação Nacional da Pequenas e Médias Empresas (ANPME), em 2007 encerraram em Portugal 50 mil pequenas e médias empresas (PME) - quase o dobro face a 2006, ano em que fecharam portas cerca de 26 mil. Dessas 50 mil, 18.520 representam falências, enquanto 15.382 foram suspensões de actividade - o que quer dizer que estas empresas, normalmente familiares ou unipessoais, poderão mais tarde reabrir. Há ainda encerramentos por dissolução (8.272) e cessação para efeitos de IVA (7.826). O pessimismo reina no seio das PME, de acordo com o presidente da ANPME, Fernando Augusto Morais. Rocha de Matos, presidente da AIPortuguesa-Confederação Empresarial, considera que serão as PME a ser as mais prejudicadas, caso se verifiquem restrições ao crédito. Destaca o facto de as taxas de juro usadas como indexantes estarem "próximas dos valores do final de 2000, e 2,5 pontos percentuais acima dos valores mínimos do início de 2004". O impacto do preço do petróleo e dos produtos energéticos é especialmente preocupante por "coincidir com o aumento dos preços de várias matérias-primas", tornando mais complexos os problemas que as empresas enfrentam. A crise teve início no sector financeiro e é aí que, para já, se fazem sentir as maiores necessidades. O apertar do crédito decorrente dos problemas do mercado de crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos tem feito as suas vítimas pelo mundo fora. Duas das mais badaladas foram o britânico Northern Rock, que teve de ser nacionalizado, e o norte-americano Bear Sterns, o quinto maior banco de investimento dos Estados Unidos, que entrou em colapso. Os sinais de alerta são mais que muitos. Ainda esta semana o Deutsche Bank referia que dificilmente conseguirá cumprir a estimativa de lucros. Em Portugal os bancos não têm parado de alertar para a gravidade da situação e três deles - BCP, BPI e Banif - já vieram pedir dinheiro aos accionistas".

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