quarta-feira, março 26, 2008

Expresso: "O fascínio das ilhas Caimão"...

A jornalista do Expresso, Isabel Vicente, a propósito do espaço dedicado por aquele jornal sobre os "offshores" escreveu um texto com o título em epígrafe, para o qual, no seguimento dos outros já antes aqui deixados, chamo a atenção: "Todos os principais bancos portugueses têm subsidiárias ou representações em paraísos fiscais. A preferência da banca coincide com os maiores investimentos dos particulares e empresas. Ou seja, praticamente todos estão nas ilhas Caimão. Isto, claro, sem falar na zona franca da Madeira onde naturalmente também estão presentes. Contactados pelo Expresso - CGD, BCP, BES, BPI, Banif e BPN - apenas dois, o BCP e o BPN, responderam às questões solicitadas. Ambos sublinham que os paraísos fiscais onde se encontram são basicamente usados por clientes não residentes em território português e emigrantes. O BCP refere ter seis subsidiárias «off-shores» na capital de Caimão (George Town) e quatro no Funchal. Quanto às sediadas nas Caimão, explicam que estas “desenvolvem fundamentalmente a actividade bancária dirigida em exclusivo a clientes não residentes em território português”, enquanto na Zona Franca “desenvolvem uma actividade de gestão de participações sociais e prestação de serviços fiduciários”. Quer umas quer outras estão sujeitas à supervisão portuguesa e também à das autoridades monetárias locais. Por seu turno, o BPN afirma ter apenas três sociedades em paraísos fiscais. Uma nas ilhas Caimão, o BPN Cayman, outra em Cabo Verde, o BPN IFI, e outra na Madeira. Em Cabo Verde, o banco actua como forma de apoio ao investimento a empresas portuguesas no território, no domínio do investimento privado em áreas como o turismo e energias renováveis. E também no suporte a empresas cabo-verdianas, “dotando-as de capital para fazer face aos investimentos, muitos dos quais em parceria com o Governo local”, refere. O BES revela no relatório de 2007 ter sucursais neste arquipélago e também nas Bahamas, em Nassau. Tem ainda uma subsidiária nas Caimão - Bank Espírito Santo (International) Limited - segundo a autoridade monetária local, através do Banco Internacional de Crédito. O Banif tem também representação em «off-shores». Segundo o relatório de 2006, tem uma subsidiária nas Caimão, participações maioritárias em duas empresas locais - uma delas uma «holding» com várias participações - e também uma outra empresa nas Bahamas (Banif International Bank). Apesar desta situação, o presidente do banco, Horácio Roque, referiu ao ‘Semanário Económico’ no final de Fevereiro. que as «off-shores» do banco são transparentes com “acções ao portador registadas”, embora considere os paraísos fiscais um “cancro económico”. A Caixa Geral de Depósitos é mais comedida mas tem também uma sucursal nas Caimão especializada em “risco sul-americano e outros mercados emergentes, com especial ênfase em operações de ««trade finance» (financiamento do comércio)”. Também o BPI assume a propriedade de duas «off-shores», ambas nas Caimão - BPI Cayman e BPI Capital Finance. O Banco de Investimento Global (BIG) não utiliza estas sociedades por uma “questão de transparência” conforme explicava o presidente do banco, Carlos Rodrigues, ao Expresso, em entrevista em Dezembro de 2006".

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