quarta-feira, março 26, 2008

Calotes de 2,2 milhões...

Com este título escreve a jornalista Sandra Rodrigues dos Santos do "Correio da Manhã" que "o crédito malparado subiu a um ritmo de 2,2 milhões de euros por dia no mês de Janeiro, traduzindo-se num aumento de 70 milhões de euros em relação ao mês de Dezembro. Uma demonstração das dificuldades financeiras sentidas pelas famílias portugueses, que ainda assim não deixam de recorrer aos bancos. No mesmo mês o montante de empréstimos concedidos a particulares aumentou 830 milhões de euros, de acordo com os dados ontem divulgados no Boletim Estatístico do Banco de Portugal. As dívidas de cobrança duvidosa a particulares atingiram os 2,27 mil milhões de euros no mês de Janeiro, um acréscimo de dez por cento em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o malparado estava nos 2,06 mil milhões de euros. A situação é grave para as famílias que entram em incumprimento, mas para as instituições financeiras ainda não atingiu níveis preocupantes, segundo explicou ao Correio da Manhã Catarina Frade, directora do Observatório do Endividamento. "O crédito malparado é ainda uma pequena percentagem do total de crédito concedido [dois por cento] e ainda está dentro das margens calculadas pelas instituições financeiras para o efeito. Agora para as famílias a situação é sempre mais grave, porque têm muito menos margem de manobra", adiantou Catarina Frade. As causas que levam a não reembolsar um empréstimo não variam muito, segundo a economista. "Desemprego, deterioração das condições laborais, doença, divórcio e a má gestão do orçamento familiar são as principais causas do incumprimento", sublinhou. Para Catarina Frade é importante que haja uma campanha de informação que ajude as pessoas a perceberem "a linguagem complexa" do crédito, porque "não basta dar a in-formação, é preciso que as pessoas percebam a informação que lhes é transmitida". Apesar das dificuldades e do recente aumento das taxas de juros e dos spreads praticados pelos bancos, o montante total de empréstimos concedidos também está a subir, tendo crescido 830 milhões de euros em Janeiro, para os 128,1 mil milhões de euros. A maior fatia dos empréstimos concedidos destina-se à compra de casa. O crédito à habitação estava no final de Janeiro nos 101,35 mil milhões de euros, depois de ter subido 770 milhões de euros nesse mês face ao último mês de 2007".

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