Morreu o João
Fomos colegas no Liceu, durante alguns anos, tal como outros que hoje sentem a tua falta, a falta das tuas partidas e da sua amizade. O João era uma daquelas companhias que a malta gostava de ter por perto. E ele gostava também imenso de estar com os seus amigos e colegas. Pela animação, pela alegria, pelo riso permanente, pela amizade. Com o João não havia problema, nem tristezas, nem nada. Os tempos eram outros, é certo, mas as pessoas quando merecem são recordadas como eram, porque eram boas. Fiquei há dias a saber, por colega nosso, que ele estava doente, gravemente doente. Discretamente mantinha o seu sofrimento, sabendo que tinha um caminho que irreversivelmente ele estava a percorrer, imerecidamente. Mais uma daquelas injustiças da vida que por razões que ninguém consegue descobrir, leva os bons e deixa os outros por cá. Enquanto, por exemplo, o seu amigo Pitty Borges - outro dos nossos tempos - enveredou pelo ténis onde continua a ser, provavelmente, a mais emblemática figura da modalidade na Região, o João Sousa escolheu o golfe e durante anos foi uma das suas imagens máximas na Madeira, numa altura em que a prática da modalidade nem sequer era “coisa” que interessasse a certas elites que hoje vêm no golfe uma oportunidade de afirmação de personalidade ou de estatuto social. O João por lá andava, espalhando tacadas nos “greens”, mas espalhando sobretudo humildade, competência (era treinador) amizade e a boa disposição, tal como ele sempre fez. Há dias morreu. Não estava cá. Li na imprensa, dois dias depois. Um abraço João e até um dia destes. Peço-te apenas que, onde estiveres, e vais certamente estar onde merecias, continues a ser o que sempre foste, símbolo de alegria e de boa disposição.
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