quarta-feira, fevereiro 07, 2007

A vida continua

Desilusão, dirão alguns social-democratas madeirenses. Até pode ser que para eles o seja. Não percebo como, mas aceito que se sintam desiludidos. Para mim não. Porque não fiz campanha por Cavaco, não votei em Cavaco, nunca andei a perder tempo com ele. O Presidente eleito essencialmente com o apoio do PSD e do PP, rapidamente se “esqueceu” dessa realidade, transformando-se aos poucos num Presidente “sob suspeita”, politicamente falando, a de sabermos se não foi também, e de que maneira, protagonista activo na estratégia que visou desgastar o PSD e conduzir à decisão do seu antecessor de dissolver a Assembleia da República. Cada vez mais espero que se venha a descobrir os motivos da minha aversão por uma pessoa que alimenta “tabus”, que andou anos a colocar-se em bicos-de-pé, desejoso do cadeirão de Belém, que nunca teve a coragem de concorrer contra adversários quando o podia ter feito. Limitou-se a esperar que PSD e PP ficassem encostados à parede, sem alternativa, enviando uns emissários políticos para subtilmente “pressionarem” os dois partidos. Para o que se vê. Até a primeira-dama é de centro-esquerda, forçadamente, sentindo necessidade de o revelar numa entrevista a uma revista. Eu nada tenho com direita, tenho aliás uma aversão à sua forma de estar, de pensar e de agir. Mas não preciso de andar a dizer em entrevistas que nunca me senti um cidfa~doa de direita ou até de centro-direita. Porque não sou, nunca serei. Tudo começou com o “monstro”, o tal artigo virado mais contra o PSD e destinado a desestabiliza-lo, seguiu-se a fotografia que Santana Lopes não foi autorizado a usar num cartaz de campanha, foi a forma fria e calculista como tratou o PSD na campanha presidencial, etc. Percebe-se aos poucos o embuste de quem antes de se reformar da política jurou a si mesmo que queria ser Presidente. Mas não estava disposto a sofrer nova derrota. Bastou-lhe com Soares. Agora, sentado na “imperial” cadeirão de Belém comporta-se politicamente correcto, qual braço-armado da maioria a socialista que contra ele esteve, contra ele está (sabe-o disfarçar bem) e contra ele está sempre. A minha esperança é a de que, quando os acontecimentos se agudizarem e ele sentir necessidade de apoio político, seja castigado e se sinta sozinho.
Não se trata da lei de finanças regionais porque sempre disse, e escrevi sucessivas vezes, que ele promulgaria a lei porque não quer confusão com Sócrates e porque anda armado em “monarca” de uma república século XXI. Cavaco não voa, não pode passar ao lado da realidade, não pode ignorar os problemas, os factos, a ética. Se Cavaco pensa que voa, que voe.

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