terça-feira, dezembro 20, 2022

Poder de compra: Seis em cada dez portugueses estão a viver pior do que em 2021

Seis em cada 10 portugueses reconheceu estar pior financeiramente do que em 2021, segundo apontou o estudo ‘European Consumer Payment Report 2022’, promovido pela Intrum, após um inquérito que decorreu com mais de 24 mil cidadãos em 24 países da Europa: desde fevereiro que a confiança dos consumidores europeus tem caído, assim como a confiança na capacidade dos líderes para controlarem a escalada de preços. Em Portugal acredita-se que a inflação vai prolongar-se por tempo indeterminado.

“A inflação pesa no rendimento diário das famílias, levando a uma perda de poder de compra e a quebra no nível de vida”, apontou Luís Salvaterra, diretor-geral da empresa de serviços de gestão de crédito, em declarações ao ‘Diário de Notícias’, o que faz com que os consumidores se sintam “ainda mais inseguros do que durante os dias mais sombrios do confinamento”.

De acordo com o estudo, mais de 70% dos portugueses consideraram que as suas despesas fixas estão a evoluir mais rapidamente do que a sua remuneração, uma subida face aos 51% em 2021 que manifestaram a sua preocupação. A taxa de esforço tornou-se cada vez maior e, em alguns casos, incomportáveis – um terço dos inquiridos fica com menos de 10% do ordenado depois de saldar as dívidas mensais, pelo que o endividamento passa a ser uma tendência, apesar dos riscos. “Não é uma boa política”, frisou Luís Salvaterra. “Se tiverem dificuldades, devem contactar as entidades credoras e tentar negociar novos planos de pagamento.”

Em Portugal, 24% já pediu dinheiro emprestado ou atingiu o limite do cartão de crédito para pagar contas nos últimos seis meses – dos que atualmente pedem dinheiro emprestado a cada mês, para além da sua hipoteca e cartão de crédito, 37% pedem emprestado mais de 10% do valor dos seus rendimentos e 13% mais de 25%.

Tudo somado, 71% dos portugueses revelaram não sentir otimismo ao futuro, enquanto pela Europa a percentagem desce para 61%. “Vivermos muito tempo em crise, não termos um período de estabilidade e não vermos um fim à guerra. As coisas positivas demoram muito para acontecer no nosso país. Enquanto noutros países, como Espanha, a inflação e os preços já começaram a descer, em Portugal isto não está a acontecer, embora devesse, porque o custo da energia baixou. Às vezes, o preço aumenta porque tem de compensar os custos de produção, outras vezes é por mera especulação”, frisou o responsável (Multinews)

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