São catorze os pontos que separam PS e PSD nas intenções de voto para as
eleições legislativas. Segundo a sondagem realizada pelo ISCTE e ICS para o
Expresso e SIC, se as eleições legislativas se realizassem hoje, nem a soma das
intenções de voto de todos os partidos de direita chegaria para ultrapassar as
intenções de voto no PS: juntando PSD, Chega, CDS e Iniciativa Liberal, a
direita soma 35% dos votos, quatro pontos abaixo do PS, que, sozinho, atinge
agora os 39%.
A diferença acentuou-se com o eclodir da pandemia: no início do ano, poucos meses depois de superar ligeiramente os 36% nas legislativas, o PS de António Costa recolhia 33% das intenções de voto enquanto o PSD se ficava pelos 28%. Desde fevereiro, os socialistas registaram uma tendência de subida constante – nesta sondagem aumentam dois pontos face aos 37% registados em outubro –, agora em sentido contrário ao do PSD: os sociais-democratas descem dois pontos face ao valor registado em outubro, atingindo o pior resultado desde o início de setembro de 2019 – os 25% agora registados comparam com 27% de setembro e os 28% da sondagem de fevereiro.
Só CDU sobe. PAN com a maior queda
Entre as forças com assento parlamentar, e para além dos socialistas, apenas a CDU regista um aumento nas intenções de voto. Depois de se revelar determinante para a aprovação do Orçamento do Estado de 2021, a coligação PCP/PEV sobe um ponto, de 6 para 7%, entre a sondagem do final de setembro para a atual. Já o Bloco, que pela primeira vez votou contra um Orçamento de António Costa, mantém-se nos 8%. Já o PAN, perde dois pontos - para os 2% -, atingindo o resultado mais baixo no histórico destas sondagens. À direita, o Chega e CDS mantêm os resultados de há dois meses, 7% e 2%, respetivamente. Enquanto a Iniciativa Liberal perde apoio, de 2 para 1%.
Ficha técnica
Sondagem com trabalho de campo decorrido entre os dias 11 e 25 de novembro de 2020. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal Continental. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis sexo, idade (4 grupos), instrução (3 grupos), região (NUTII) e habitat/dimensão dos agregados populacionais (5 grupos). A partir de uma matriz inicial de região e habitat, foram selecionados aleatoriamente 80 pontos de amostragem onde foram realizadas as entrevistas, de acordo com as quotas acima referidas. A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a intenção de voto em eleições legislativas recolhida recorrendo a simulação de voto em urna. Foram contactados 2847 lares elegíveis (com membros do agregado pertencentes ao universo) e obtidas 802 entrevistas válidas (taxa de resposta de 28%). O trabalho de campo foi realizado por 37 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação de acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou associações profissionais dos cidadãos portugueses residentes no Continente com 18 ou mais anos, a partir dos dados da vaga mais recente do European Social Survey (Ronda 9). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 802 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%. As percentagens são arredondadas à unidade, podendo a sua soma ser diferente de 100% (Expresso, texto dos jornalistas David Dinis e Filipe Garcia)
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