Segundo o Expresso, "mais de 5.100 professores reformaram-se este ano, o que representa um aumento de 35% relativamente a 2007, de acordo com dados da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Só no próximo mês, 531 docentes vão abandonar o ensino. No final do ano, serão 5.106 os que deixaram de dar aulas: "Os professores estoiraram", asseguram os sindicatos, alegando que o aumento das reformas, em grande parte antecipadas, se deve aos "níveis elevadíssimos de insatisfação profissional". Em média, 425 professores reformaram-se por mês, mais 110 do que no ano passado. Este mês bate todos os recordes: até 31 de Novembro, 710 passam à aposentação. "Preferem ir para a reforma, mesmo com penalizações, porque estão descontentes com as políticas educativas que os remetem para tarefas burocráticas e administrativas, retirando-lhes tempo e condições para trabalhar com os alunos", afirma João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). Em declarações à Lusa, também o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, garante que é "cada vez mais insuportável para os docentes aguentar o que se está a passar nas escolas". "Quando ainda falta meia dúzia de anos para a aposentação, muitos já estão a fazer contas. Os professores estão numa situação de desgaste muito acentuado do ponto de vista físico e psicológico. Há muita gente que estoirou", afirma. "O aumento de 35% relativamente ao ano passado não acontece, obviamente, porque a classe docente envelheceu de um ano para o outro. Deve-se em grande parte às reformas antecipadas. Para o Governo é bom porque os professores saem mais barato à CGA, graças às penalizações", acusa Mário Nogueira".
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