sábado, outubro 01, 2022

Sondagem: Almirante é o preferido para Belém, mas Costa lidera à esquerda

 

À direita, Marques Mendes tem melhor posição do que Passos. E André Ventura está acima de Paulo Portas. Carlos César aconselhou cautela e avisou o PS para não “pôr o carro à frente dos bois”, mas a verdade é que as eleições presidenciais já entraram no debate político e há uma figura que tem lugar cativo nesse debate: Henrique Gouveia e Melo, atual almirante-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) e ex-responsável pela campanha de vacinação. O almirante é o preferido dos inquiridos, com o seu nome a liderar a lista dos mais prováveis, logo seguido de António Costa. Esta posição, contudo, pode ser ainda muito ditada pelas circunstâncias (ver texto abaixo). Quando as respostas analisadas são sobretudo de eleitores de esquerda há uma troca de posições e é António Costa a liderar a probabilidade de voto numa eleição presidencial. O primeiro-ministro surge, assim, muito mais bem posicionado do que o nome socialista que tem sido mais falado para essas eleições: Augusto Santos Silva, presidente do Parlamento, que já admitiu ser candidato em 2026. Seja entre o eleitorado de esquerda, seja nos inquiridos em geral, Santos Silva é o terceiro nome do PS, atrás do primeiro-ministro e de Ana Gomes, que foi candidata em 2021 e ficou em segundo lugar.

Estas posições podem, contudo, também dar sinal de como as presidenciais de 2026 ainda estão longe, de tal forma que o eleitorado de esquerda mais facilmente se lembra da anterior candidata, Ana Gomes, do que olha para o atual presidente do Parlamento como candidato já a outra função. De salientar ainda que as eleições presidenciais serão em janeiro de 2026 e a legislatura, a cumprir-se, só terminará em outubro desse ano. Ou seja, se Santos Silva for candidato, sairá da presidência da Assembleia da República, passando provavelmente o lugar à primeira vice, Edite Estrela. Para Costa ser candidato presidencial teria de deixar a liderança do Governo antes do fim da legislatura.

À direita, Gouveia e Melo lidera, mesmo à frente de Pedro Passos Coe­lho, o ex-primeiro-ministro cujo regresso à política é muito desejado por certos sectores. Quando se misturam eleitorados, Passos é também ultrapassado por Luís Marques Mendes, o ex-líder do PSD e conselheiro de Estado que todos os domingos à noite entra na casa dos eleitores como comentador. Um percurso muito semelhante ao de Marcelo Rebelo de Sousa e que parece estar a resultar, pelo menos ao nível da notoriedade do candidato a candidato.

Entre os nomes da direita, Durão Barroso, André Ventura, que já foi candidato em 2021, Paulo Portas e Cotrim de Figueiredo aparecem na lista por esta ordem, enquanto à esquerda Mariana Mortágua e o comunista João Ferreira estão a par um do outro.

Registe-se, contudo, que João Ferreira, que já foi duas vezes candidato a Lisboa, que foi candidato a Belém em 2021 e também já foi cabeça de lista ao Parlamento Europeu, tem o nível de notoriedade mais baixo de todos estes nomes, com apenas 60% dos inquiridos a dizerem que o conhecem. Dois pontos percentuais menos do que os inquiridos que conhecem o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, que tem 62%.

No lado oposto, no topo da notoriedade, estão António Costa, com 89%, André Ventura, com 88%, e Passos Coelho e Paulo Portas, ambos com níveis de conhecimento de 87% dos inquiridos (Expresso, texto da jornalista EUNICE LOURENÇO)

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