Portugal foi excluído dos “corredores de viagem internacionais” com destinos turísticos que o Reino Unido vai abrir a 10 de julho para permitir aos britânicos passarem férias sem cumprir quarentena no regresso. Já era uma notícia que se esperava, mas agora é oficial: Portugal, onde foram identificados vários surtos localizados de covid-19 nas últimas semanas, não está na lista de 59 países e territórios hoje publicada, que inclui Espanha, Alemanha, Grécia, Itália, Macau ou Jamaica. Poderá consultar a lista aqui. "Esta lista poderá ser aumentada nos próximos dias, após discussões adicionais entre o Reino Unido e parceiros internacionais", refere-se o ministério dos Transportes britânico. Quer isto dizer que os turistas britânicos que queiram visitar ou fazer férias no Continente, tem obrigatoriamente de estar 14 dias em quarentena no regresso ao Reino Unido. Todavia, tal não se aplica à Madeira ou aos Açores, pois estão na lista dos destinos turísticos seguros.
O sistema vai entrar em vigor na próxima sexta-feira 10 de julho e permite evitar que quem chegue destes países tenha de ficar 14 dias em isolamento, como acontece atualmente com todas as pessoas que chegam a Inglaterra do estrangeiro, ou arriscam uma multa de mil libras (1.100 euros).
Mesmo assim, todas as pessoas que chegam têm de preencher um formulário com os contactos pessoais e informações sobre o local onde vão ficar alojadas.
A lista de países foi elaborada após uma “avaliação de risco” pelo Centro de Biosegurança Comum [Joint Biosecurity Center], em conjunto com a direção geral de saúde de Inglaterra [Pubic Health England] e teve em conta fatores como a prevalência de coronavírus, o número de novos casos e a trajetória potencial da doença.
O anúncio feito hoje aplica-se apenas a Inglaterra porque a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia sobre matéria de saúde e cabe aos respetivos governos determinar as medidas que pretendem introduzir.
Os primeiros-ministros da Escócia, Nicola Sturgeon, e do País de Gales, Mark Drakeford, qualificaram hoje como “caótica” a forma como o processo foi gerido, mas o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, manifestou esperança no alargamento do sistema ao resto do Reino Unido nos próximos dias.
O levantamento da medida tem sido motivo de especulação e pressão dos setores do turismo e transportes, fortemente afetados pelas restrições de viagem durante a pandemia covid-19, o que levou as companhias aéreas a reduzirem drasticamente os serviços desde meados de março. O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado 19,2% das dormidas de estrangeiros em 2019 e vindo a registar sucessivos crescimentos desde 2013, apenas interrompidos em 2018, de acordo com dados do INE. Os destinos preferenciais dos hóspedes britânicos foram o Algarve (63,4% das dormidas do mercado), a Madeira (18,5%) e a Área Metropolitana de Lisboa (10,8%) (ED)
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