domingo, julho 19, 2020

Baleares, Canárias e o Covid19

Será que os madeirenses sabem o que se passa nas Baleares e nas Canárias e querem imitá-las? Às vezes, confesso e lamento, parece que sim? Será que querem o mesmo? Eu explico o que se passa naquelas duas comunidades autónomas insulares espanholas (e nem falo nos casos da Catalunha, Galicia, Extremadura, também em inversão do desconfinamento) para que as pessoas percebam a importância de pequenos pormenores e de decisões que seriam evitáveis, realçando que tanto nas Canárias como nas Baleares não há a imposição de testes à chegada (medição de temperatura e um formulário entregue após o desembarque), o que agrava a situação e exige cautelas sanitárias reforçadas. Mas esta situação trem vindo a alterar-se aos poucos.
Nas Canárias, depois do desconfinamento, várias situações es de abuso foram relatadas nos meios de comunicação social, devido ao facto das pessoas abusarem nas suas atitudes sociais e ignorarem as recomendações das autoridades sanitárias que já anunciaram que se for necessário recuam no desconfinamento!
Os casos de Gran Canaria e Fuerteventura estão associados e tiveram origem numa cidadã infectada que viajou do México - alegadamente não sabia - acabou por colocar em risco familiares e amigos nas duas ilhas, que visitou, incluindo numa festa familiar. 
Falta saber a amplitude deste caso sob investigação sanitária mas já se fala em mais de 150 pessoas em quarentena e 12 casos positivos - 6 em cada uma das duas ilhas referidas. Em Fuerventura dos cerca de 100 rastreados, 41 são desta ilha e os restantes de Gran Canaria. Todos permanecem em quarentena.
Em Canárias, desde Junho, foram instalados nos quatro principais aeroportos (Lanzarote, Fuerteventura, Gran Canária e Tenerife Sul) câmeras de imagem térmica. A análise também incluiu medidas a serem tomadas no caso de haver potenciais positivos ou alguém se recusar a se submeter ao teste. O executivo de Canárias continua a insistir que, se o turista que viaja para as Ilhas Canárias não for submetido a um teste 48 horas antes de embarcar no avião, o governo o fará ao desembarcar, sujeitando-o a uma quarentena ou devolvendo-o ao seu país no caso de um teste positivo.
Para além da polémica em torno do pagamento destes testes, uma outra surgiu há poucos dias, quando foi denunciado que cinco membros de uma delegação da Organização Mundial de Turismo (OMT) que viajaram para as Ilhas Canárias para verificar as condições de segurança sanitária das diferentes ilhas do arquipélago, se recusaram a fazer um teste de despiste (PCR) para mostrar que estavam livres de coronavírus. A denúncia foi feita pelo porta-voz da Associação Socialista Gomera no Parlamento das Canárias, Casimiro Curbelo, depois de ter solicitado ao parlamento a implementação de medidas como o uso obrigatório da máscara e a realização de testes a turistas.
O próprio Presidente do governo das Canárias Torres já deixou um alerta: "Outro confinamento seria dramático devido à nossa menor capacidade de resposta".
Quanto às Baleares a situação é mais fácil de entender. Tratou-se das consequências da bandalheira do costume, de concentrações junto de bares por parte de jovens turistas estrangeiros que a policia local identificou e acho que vai acusar de conduta imprópria dadas as regras sanitárias ali em vigor. E a solução foi aquela que quem decide mais facilmente tem ao seu dispor: recuar no desconfinamento, fechar negócios, encerrar estradas e aumentar vigilância policial. O próprio govermo alemão criticou o comportamento dos seus turistas nas Baleares, o que não deixa de ser exemplar e raro. Perdem todos, desde logo os turistas, os residentes e os empresários que não pugnaram para que a situação abusiva não se extremasse. O chamado "turismo de bebedeira" foi combatido de forma dura pelas autoridades daquelas ilhas espanholas (situação igual aconteceu em Albufeira com jovens holandeses em viagem de final de ano liceal que achavam que tudo continuava a ser como antes, e os procedimentos foram quase iguais) (LFM)

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