domingo, julho 12, 2020

Duas Notas (II)

I.
A retirada de propostas na Assembleia da República, associadas a deputados eleitos pela RAM ou visando a RAM (no caso do CDS), mesmo antes do orçamento rectificativo ter sido aprovado, terá sido mal explicada às pessoas que ficaram sem perceber, depois das críticas contundentes feitas dias antes dessa votação, afinal o que impediu que tais propostas fossem mantidas.
Eu percebo os motivos, até questiono se alguns procedimentos podiam ou não ter prejudicado a RAM, mas duvido que a opinião pública em geral valorize esses assuntos e entenda o que realmente ocorreu.
Afinal o que ganhou a RAM, em concreto e de facto, com este orçamento rectificativo, o que ficou por resolver? Será legítimo perguntar que, uma vez mais, fomos confrontados com uma espécie de jogo duplo e dúbio por parte das estruturas nacionais do PSD e do CDS, quiçá pensando mais nas regionais açorianas de Outubro deste ano do que em algo mais?
No caso dos deputados do PSD-Madeira em São Bento, atrevo-me a recomendar que a comunicação feita com as pessoas, com os eleitores mais em concreto, seja mais directa, completa e repensada, dado que, salvo opiniões diferentes da minha, ela parece que se desenvolve muitas vezes a pensar apenas em dois itens: nos deputados do PS-M no parlamento nacional, fomentando uma certa “concorrência” de autoria, de discurso e de visibilidade, tudo isso de utilidade duvidosa, dada uma certa dependência – algumas vezes a roçar o ridículo - em marcar presença no espaço mediático como se isso de manipular a comunicação social e garantir fotografias e títulos, fosse garantia de popularidade de pessoas e de votos.Eventualmente um dia espero perceber afinal qual foi a estratégia adoptada e qual a dimensão da sinceridade política subjacente ao processo que envolveu a RAM no processo de discussão e aprovação do orçamento rectificativo nacional.

II.
Não escondo os receios e as dúvidas sobre a retoma do turismo antes de 2021 ou mesmo antes de 2022. As ameaças de reconfinamento são reais. Nalgumas regiões ou países europeus, há um retrocesso no aliviar da pressão sobre os cidadãos e as empresas e a introduçao de medidas mais duras no combate aos perigos das pandemia. Em em Portigal as contradições chegam a roçar o ridículo e o anedótico. No caso de Lisboa, suspeito que Medina já pensa mais nas eleições de 2021 e teme os efeitos fragilizadores de uma eventual crise generalizada na cidade que o possa penalizar. A alegada candidatura de Santana Lopes para um regresso à CML, também não ajuda em nada, antes aumenta a ansiedade de Medina. Por isso, ele anunciou – dias depois de um discurso agreste contra o Ministério da Saúde e a DGS - não querer testes à chegada ao aeroporto. E fê-lo no mesmo dia em que a Bélgica anunciou que exigirá testes a quem viajar de Portugal para lá (apesar de Bruxelas ter rectificado, depois, a decisão e esclarecer que as restrições se colocavam apenas a pessoas com residência nas freguesias lisboetas ainda em estado de calamidade sanitária), e de outros países, casos da Irlanda, Escócia e Finlândia, terem colocado o nosso país na lista negra, sobrerudo devido  à siotuaçláo saniotária em Lisboa. Medina esqueceu-se também de algo essencial em tudo isto, que a cidade não tem turistas… (LFM)

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