quarta-feira, novembro 05, 2014

Só 22% das empresas ganharam com a descida do IRC



“De acordo com quase 80% dos empresários inquiridos na sondagem Expresso/CGD a 93 mil empresas, as alterações feitas em 2013 no regime de IRC (simplificação do regime e descida da taxa nominal de 25% para 23%), pouco ou nada ajudaram a performance das suas empresas. "Comparativamente ao regime de tributação praticado noutros países europeus, ainda estamos muito longe de nos tornarmos competitivos", diz Nuno Carvalho, CEO da Neosfalto. O gestor sugere, além de uma redução ainda maior no IRC, que esta taxa seja aplicada de forma diferente entre as empresas, consoante o seu rendimento. "Um imposto aplicado de forma uniforme à maior parte das empresas não é competitivo nem justo. Devia haver uma diferenciação entre as empresas que contribuem mais ou menos para a economia", e acrescenta: "As nossas taxas sobre o rendimento não são nada atratentes para os investidores". Para perceber o porquê da ineficácia das medidas tomadas, o Expresso falou com Paulo Núncio. Na opinião do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, os dados apurados nesta sondagem são 'precoces'. "Os efeitos muito positivos da reforma do IRC, nomeadamente a criação do regime simplificado de tributação para as pequenas empresas, e a redução da taxa de 25% para 23% no IRC, apenas terão impacto nas empresas na liquidação do imposto em maio de 2015". Na óptica de Paulo Núncio, as alterações feitas no regime de IRC apenas serão mensuráveis no ano que sucede à aplicação das medidas tomadas. "Tendo a reforma do IRC entrado em vigor no dia 1 de janeiro de 2014, os seus efeitos apenas serão concretizados na liquidação do imposto das empresas, a acontecer em 2015", conclui” (texto do jornalista do Expresso, João Oliveira, com a devida vénia)