“De acordo com quase 80% dos empresários inquiridos na
sondagem Expresso/CGD a 93 mil empresas, as alterações feitas em 2013 no regime
de IRC (simplificação do regime e descida da taxa nominal de 25% para 23%),
pouco ou nada ajudaram a performance das suas empresas. "Comparativamente
ao regime de tributação praticado noutros países europeus, ainda estamos muito
longe de nos tornarmos competitivos", diz Nuno Carvalho, CEO da Neosfalto.
O gestor sugere, além de uma redução ainda maior no IRC, que esta taxa seja
aplicada de forma diferente entre as empresas, consoante o seu rendimento.
"Um imposto aplicado de forma uniforme à maior parte das empresas não é
competitivo nem justo. Devia haver uma diferenciação entre as empresas que
contribuem mais ou menos para a economia", e acrescenta: "As nossas
taxas sobre o rendimento não são nada atratentes para os investidores". Para
perceber o porquê da ineficácia das medidas tomadas, o Expresso falou com Paulo
Núncio. Na opinião do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, os dados
apurados nesta sondagem são 'precoces'. "Os efeitos muito positivos da
reforma do IRC, nomeadamente a criação do regime simplificado de tributação
para as pequenas empresas, e a redução da taxa de 25% para 23% no IRC, apenas
terão impacto nas empresas na liquidação do imposto em maio de 2015". Na
óptica de Paulo Núncio, as alterações feitas no regime de IRC apenas serão
mensuráveis no ano que sucede à aplicação das medidas tomadas. "Tendo a
reforma do IRC entrado em vigor no dia 1 de janeiro de 2014, os seus efeitos
apenas serão concretizados na liquidação do imposto das empresas, a acontecer
em 2015", conclui” (texto do jornalista do Expresso, João Oliveira, com a
devida vénia)