Segundo o Açoriano Oriental, a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, nos Açores, alertou hoje para o "agravamento da degradação financeira" da maioria das empresas que respondeu ao "Inquérito à atividade empresarial 2012", que promove anualmente entre os associados. “Numa análise genérica, verifica-se que há uma evolução negativa contínua na maioria dos aspetos constantes dos inquéritos efetuados desde 2009, refletindo a grave situação que o país e a região têm vindo a atravessar”, lê-se nas conclusões do inquérito, hoje divulgado.A associação empresarial das ilhas de S. Miguel e Santa Maria destaca que se regista “um agravamento da degradação financeira, com 56% das empresas a considerar que se encontram em situação ‘pior ou muito pior’”, quando em 2011 eram 44% e em 2010 chegavam aos 35%. O setor da construção civil continua a ser aquele que regista uma situação financeira “menos satisfatória em relação ao ano anterior (65%)”.A Câmara de Comércio de Ponta Delgada frisa, também, que 75% das empresas que responderam ao inquérito viu diminuir o seu volume de negócios em 2012, sendo que no ano anterior este valor era de 61%.Os empresários alertam, ainda, que “quanto à conjuntura económica regional”, o cenário traçado para 2013 é “claramente negativo” e que apenas 28% das empresas revelam intenção de investir este ano.“Houve uma diminuição nos últimos dois anos da capacidade financeira, por parte das empresas, em realizar investimento para aumento da sua produtividade”, lê-se no relatório, que acrescenta que se verificou em 2012 um “aumento do custo do crédito, traduzido através da taxa de juro média”.Assim, em 2012, 43% das empresas que responderam ao inquérito pagaram taxas superiores a 7,5%, quando em 2011 esse valor era de 19%. No entanto, 63% das empresas revelou não ter tido problemas em aceder a empréstimos em 2012, sendo a maioria das que sentiram dificuldades do setor da construção civil.A nível do emprego, as respostas espelham também, para a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, “a situação de dificuldade que as empresas têm sentido nos últimos anos, não obstante a maioria (50%) ter conseguido manter o número de trabalhadores em 2012”. Porém, 45% diminuíram os recursos humanos, número que em 2011 tinha ficado nos 25%. A maioria das empresas inquiridas referem, ainda, problemas em receber dos clientes, tanto privados como públicos, sendo que as respostas apontam para que o Estado paga aos fornecedores, genericamente, entre 60 e 90 dias e a maioria das empresas públicas num prazo superior a 120 dias, resultados semelhantes aos do inquérito anterior.Já as empresas pagam aos seus fornecedores, em 37% dos casos, num prazo entre 30 a 60 dias e apenas 5% demora mais de 120 dias a fazê-lo, numa situação também semelhante à do ano anterior.Responderam ao inquérito 196 empresas, mas 16 respostas foram consideradas nulas.