quarta-feira, julho 24, 2013

Bruxelas diz que Banif é o caso "mais pequeno" e o "mais complicado"



Segundo o Expresso, a Comissão Europeia considera que o plano de reestruturação do Banif apresentado por Portugal está incompleto, pelo que aguarda por uma nova proposta que permita concluir este processo o mais depressa possível, mas sem se comprometer com qualquer data. De acordo com o comissário europeu responsável pela concorrência, que hoje anunciou a luz verde de Bruxelas aos planos de reestruturação da CGD, do BCP e do BPI, o BANIF é "o mais pequeno dos quatro bancos, mas é um caso mais complicado". De acordo com Joaquin Almunia há um "requisito intermédio" por cumprir em relação ao Banif para que as autoridades portuguesas possam  fazer uma "revisão" do plano de reestruturação já apresentado: "uma revisão da qualidade dos activos do banco e um stress test que está a acontecer neste momento", afirmou o responsável espanhol numa conferência de imprensa com jornalistas portugueses. Almunia diz que o assunto foi debatido numa reunião em Bruxelas com Vítor Gaspar, quando este ainda era ministro das Finanças, em que também participou Maria Luís Albuquerque, durante a qual ambas as partes se comprometeram a encontrar uma solução "o mais depressa possível". Mas o comissário europeu recusa comprometer-se com qualquer data: "não me posso comprometer com nenhuma data porque não depende de mim, depende do que me colocarem em cima da mesa". Questionado sobre se o processo está a ser dificultado pelo risco de falência do banco, Almunia respondeu com um categórico "não!": "Estamos a trabalhar para que o banco seja viável e não para que o banco tenha mais problemas do que os que já tem", acrescentou. Entretanto a Comissão Europeia anunciou hoje a aprovação dos planos de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos e do BPI e anunciou ter chegado a um "acordo de substância" em relação ao BCP, sendo que em relação a este último falta apenas formalizar a decisão, o que deverá acontecer depois do Verão. Os detalhes dos planos são confidenciais, mas Bruxelas aceita que o BCP mantenha as suas operações na Polónia, desde que cumpra outras condições, obriga porém a Caixa a alienar as suas actividades de seguros e a reestruturar a actividade em Espanha.Enquanto vigorarem os respectivos planos, até 2017 para a Caixa e para BCP, e até 2015 para o BPI, estas entidades ficam sujeitas a uma apertada vigilância e condições, além de terem que devolver durante este período o dinheiro recebido pelo Estado. Entre outras coisas, os bancos resgatados pelo Estado serão obrigados a centrar-se na actividade de retalho e no financiamento de famílias e PME's, ficam proibidos de efectuar aquisições e de se envolver em práticas comerciais consideradas de risco e agressivas, alem de que é imposto um limite às remunerações dos gestores. Bruxelas acredita que, desta forma, a banca portuguesa ficará numa situação mais sólida e estará em condições de ultrapassar com êxito os testes de resistência a que todo o sector será submetido antes da entrada em funcionamento do supervisor bancário único europeu no decorrer de 2014: "É de esperar que os stress tests reflictam que os bancos portugueses estão bem capitalizados e não têm uma necessidade adicional de capital. É de esperar, mas ninguém descarta nada. Pode haver dentro de alguns meses algum tipo de choque que possa levar os bancos portugueses, alemães, irlandeses ou de qualquer país a uma revisão como consequência de um stress tests. Mas neste momento eu confio que, com esta capitalização e com estes planos de reestruturação, os bancos portugueses superem com êxito qualquer exercício de stress test", concluiu Almunia.