Li no Económico que "um estudo do Banco Central Europeu mostra que as famílias cipriotas são
as segundas mais ricas da zona euro. As famílias em Portugal surgem no
12º lugar, à frente das gregas, eslovacas e eslovenas. As famílias portuguesas estão entre as mais pobres da zona euro. Os
dados foram revelados ontem pelo Banco Central Europeu (BCE) e mostram
que, em média, as famílias tinham um património total líquido de 152,9
mil euros em 2010. Este é o primeiro estudo desenvolvido de forma
harmonizada e que permite comparar a riqueza das famílias entre os
vários países da moeda única. No topo da tabela estão, sem grande surpresa, as famílias do
Luxemburgo. Os dados do BCE mostram que, em média, as famílias deste
pequeno país do centro da Europa são donas de um património total
líquido (que inclui todos os bens, como por exemplo, rendimentos ou
habitação) de 710,1 mil euros. Mas, ao contrário do que poderia ser esperado, logo a seguir vêm
as famílias do Chipre - a ilha que acaba de negociar um resgate
internacional para salvar o país da bancarrota, depois da banca ter
assumido riscos demasiado elevados. As famílias cipriotas são donas de
uma riqueza, em média e em termos líquidos, de 670,9 mil euros. Bem mais
do que as famílias alemãs: os números dizem que, em média, a sua
riqueza era de 195,2 mil euros em 2010. A Alemanha, responsável por
avançar a maior fatia dos planos de resgate na eurolândia, fica assim em
9º lugar. Portugal aparece no fim da tabela, em 12º lugar. Mais
pobres só as famílias eslovenas, as gregas e as eslovacas, de uma lista
que termina com uma riqueza média de 79,7 mil euros e só inclui 15
países do euro. Para avaliar a riqueza das famílias, o BCE calculou também o
valor mediano (e não apenas a média), aquele que separa a primeira
metade das famílias, face à segunda metade. Assumindo este indicador,
Portugal aparece à frente da Alemanha, com uma riqueza mediana de 75,2
mil euros, face aos 51,4 mil euros dos alemães. A explicar a riqueza das famílias em Portugal está o facto de
muitas terem casa própria: 71,5% das famílias no País são proprietárias,
enquanto na Alemanha menos de metade tem casa (44,2%). A riqueza
líquida de quem tem casa própria em Portugal (isto é, descontando o
valor da hipoteca) é de 199 mil euros, enquanto as famílias que não são
donas da sua própria habitação têm uma riqueza que não vai além dos 37,5
mil euros.
Portugueses são quem afecta uma fatia maior do rendimento à alimentação
Quase um terço do rendimento das famílias portuguesas é gasto em alimentação. Os números do BCE mostram que é em Portugal que o consumo de bens alimentares tem um peso mais elevado nos rendimentos: 29,8%. Em média, as famílias portuguesas gastaram 5.600 euros, em 2010, no consumo de comida. Os holandeses são quem utiliza uma fatia mais pequena do seu rendimento nestes bens: 12,6%. Contudo, até gastam, em termos absolutos, mais do que as famílias portuguesas (8.100 euros), o que revela que os seus rendimentos são bastante mais elevados. Em termos brutos, ou seja, sem contar com os impostos, na Holanda as famílias têm rendimentos que são mais do dobro dos portugueses: 45,8 mil euros em 2010, contra 20,3 mil euros"
Quase um terço do rendimento das famílias portuguesas é gasto em alimentação. Os números do BCE mostram que é em Portugal que o consumo de bens alimentares tem um peso mais elevado nos rendimentos: 29,8%. Em média, as famílias portuguesas gastaram 5.600 euros, em 2010, no consumo de comida. Os holandeses são quem utiliza uma fatia mais pequena do seu rendimento nestes bens: 12,6%. Contudo, até gastam, em termos absolutos, mais do que as famílias portuguesas (8.100 euros), o que revela que os seus rendimentos são bastante mais elevados. Em termos brutos, ou seja, sem contar com os impostos, na Holanda as famílias têm rendimentos que são mais do dobro dos portugueses: 45,8 mil euros em 2010, contra 20,3 mil euros"