quarta-feira, abril 10, 2013

Opinião: "Os impostos e a competitividade do País"

"A Autoridade Tributária e Aduaneira afirma que o processo de reavaliação do património imobiliário correu bem, mas as queixas dos contribuintes em relação ao IMI não param de aumentar na Provedoria de Justiça, o que levou Alfredo José de Sousa a determinar a realização de um inquérito para apurar as deficiências mais marcantes. As queixas mais frequentes dos contribuintes são: falta de rigor nas avaliações, aumento excessivo do valor patrimonial dos imóveis e custos exagerados das segundas avaliações. Os dados estão recolhidos e a ser analisados para posterior entrega das conclusões ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. O provedor não tem outro poder que não seja a magistratura de influência, mas faz questão
de a exercer a favor dos direitos dos contribuintes.
A reforma da tributação patrimonial nasceu em 2003 pela mão do então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez, que agora defende uma revisão do valor atribuído à construção por metro quadrado na fórmula de cálculo do IMI, porque entende que os 603 euros são, hoje, exagerados face à situação do mercado imobiliário. Como as questões fiscais estão cada vez mais na ordem do dia por força da pressão sobre os contribuintes, é de assinalar que o subdirector da Autoridade Tributária, embora dizendo que a reforma do IMI foi um sucesso, defenda a sua avaliação. Mas há outras questões a merecer resposta: o IMT deve desaparecer em 2016, como foi anunciado? E a abolição do Imposto sobre Sucessões e Doações deve manter-se? Não há dúvida que os portugueses já atingiram o limite da carga fiscal possível e que a competitividade fiscal do País tem de ser repensada, sob pena de Portugal perder toda a capacidade de atracção de pessoas e investimentos internacionais" (texto do Económico, com a devida vénia)