quarta-feira, abril 10, 2013

Nova Lei tira 335 milhões de euros às regiões nos próximos dois anos

Escreve a jornalista do Económico, Margarida Peixoto que "o Secretário de Estado do Orçamento já avisou que há pouca margem para mudar a lei. A nova lei das Finanças Regionais vai retirar 335 milhões de euros às regiões, em apenas dois anos. Os cálculos são da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e constam de uma análise ao impacto da nova legislação, enviada ontem aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças. Assim que a nova lei das finanças regionais for aplicada, tanto a Madeira como os Açores vão contar com orçamentos mais curtos. Os peritos do Parlamento fizeram uma simulação, aplicando das novas regras de cálculo às transferências do Orçamento do Estado a que as regiões têm direito, e às verbas ao abrigo do fundo de coesão. O resultado são montantes mais baixos tanto para 2014, como para 2015, quando comparado com os valores que receberiam, caso a lei actual se mantivesse em vigor. "Em ambas as regiões, a perda mais significativa ocorreria ao nível das transferências no âmbito do Fundo de Coesão", lê-se no relatório da UTAO. De facto, neste capítulo a Madeira perde 65 milhões de euros no próximo ano e outros 66 milhões de euros em 2015. Já os Açores perdem 46 milhões de euros este ano e 47 milhões no próximo. As transferências do Orçamento do Estado também ficam mais pequenas: a região da Madeira perde 25 milhões de euros em 2014 e 30 milhões em 2015; os Açores ficam com menos 26 milhões de euros no próximo ano e menos 31 milhões no ano seguinte. A perda é maior em 2015 porque as transferências ficam limitadas à evolução do PIB. Contas feitas, o Estado poupa 186 milhões de euros com a Madeira em dois anos, e 149 milhões com os Açores, num total de 335 milhões de euros. A perda de receitas foi uma das principais críticas levantadas pela região da Madeira desde o início da discussão da nova lei. Na votação na generalidade, os deputados da maioria que foram eleitos pelos círculos das regiões votaram todos contra a nova lei. Mas ontem o secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, avisou que "quer relativamente às normas que reproduzem o tratado orçamental, quer às normas incluídas nos memorandos, e às que resultam das boas práticas internacionais, existe pouca margem para que possamos alterá-las de uma forma estrutural".