sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Remodelação de m...

Hoje foram empossados não sei quantos novos secretários de estado. Pouco me importa saber quais e quantos. Estas remodelações cirúrgicas não resolvem nada, não invertem a tendência de degradação da imagem deste governo de coligação ainda em funções. É mais fácil mexer no elemento mais fraco de um governo fraquíssimo. Em concreto o que precisamos é de outra dinâmica, de uma outra forma de olhar o poder e de exercer a governação, de mais seriedade e rigor ético na explicação a dar e na comunicação com as pessoas, outra perspectiva do que devem ser as prioridades do país. O que precisamos é de alguém que perceba que não podemos estar agarrados a dogmas cumprindo as imposições externas, indo até mais além delas, ao mesmo tempo que se assiste à destruição do Estado, ao empobrecimento do país e do povo. E isso que é intolerável, é isso que transforma a política executada por este governo - sobretudo quando uma determinada fronteira da tolerância é pisada ou derrubada - numa roubalheira descarada, numa bandalhice criminosa e num asqueroso embuste mentiroso.
Em situações normais uma remodelação a sério, para sê-lo de facto, bastaria que levasse dois dos membros deste governo de coligação. Somos governados por vaidosos iluminados que nunca exerceram um cargo público que fosse, nem vereador de uma Câmara Municipal, para não pedir mais do que isso e sem ofensa para estes. Estamos a falar de um governo constituído por "yuppies" sem experiência da vida, sem responsabilidades, que vivem muitos deles ainda na casa os pais, indiferentes a tudo o que se passa à sua volta, indiferentes aos dramas sociais de uma sociedade que se vai definhando, para gaúdio dos credores, dos mercados e dos bancos, mas para para pesadelo deste povo. São estes patos-bravos engravatados, com anel de curso num dedo e portátil debaixo do braço, muitos deles sem rosto porque pouco ou nada valem neste contexto da governação, mas que se pavoneiam pelos corredores do poder, impondo uma visão ultra neoliberal da economia, da sociedade, das relações humanas, da relação estado-cidadão, a roçar a mais asquerosa visão proto-fascizante da sociedade.
Por isso essa remodelação a serio, teria que ser outra, capaz de levar bem para longe aqueles que representam a vertente mais demoníaca desta governação. O que este povo e este país precisam, não é de quem se preocupe com os capitalistas, com a banca, com os especuladores, de quem tenha medo das agências de rating, que quem adormeça e acorde a pensar nos mercados, de quem defenda os credores em vez do povo, tudo por causa do sonho de tachos futuros em instituições europeias ligadas ao capital e à banca, lugares que só são atribuídos aos "bons alunos", porque só os merecem aqueles que cumprem religiosamente a "via sacra" da destruição imposta por decreto e que vem caracterizando este governo e o exercício da governação.
Quando a economia não cresce, quando o desemprego atinge números escandalosos, quando se reconhece que a pobreza anda pelos 42% a 45% da população portuguesa, quando as falências rebentam todos os anteriores recordes, quando dezenas de milhares de jovens são obrigados a emigrar, etc, o que dizer destas remodelações?" Nada, apenas a mesma m... do costume. Quem devia sair não sai, quem devia ser posto a andar, continua sentado na cadeira, quem desacredita e abandalha o exercício do poder por lá continua a manipular e a decidir contra o povo (LFM)