segunda-feira, dezembro 17, 2012

Espanha: "La deuda de las comunidades baja por primera vez en cuatro años"

Li no site da RTP que "o actual ministro alemão das Finanças teve hoje de responder perante uma comissão parlamentar de inquérito por acções e omissões suas na investigação de uma série de homicídios cometidos entre 2000 e 2007. Wolfgang Schäuble exerceu em parte desse período o cargo de ministro do Interior. O poderoso ministro alemão das Finanças, tão ou mais influente que Angela Merkel sobre so destinos da Europa e as opções políticas da troika, teve hoje de responder no Bundestag a uma série de perguntas que apontavam todas no sentido de saber se fez tudo o que devia para promover a investigação dos assassínios em série que custaram a vida a nove imigrantes e a uma agente da polícia. Uma investigação que nunca encontrou nada Com efeito, o balanço dessa investigação é dos mais desastrosos na história da polícia alemã. Durante sete anos a NSU, célula neonazi de Zwickau, assassinou oito imigrantes turcos e um grego, e depois também uma agente da polícia. Mas as investigações policiais partiram sempre de uma hipótese de trabalho errada - a de se tratar de ajustes de contas da "mafia turca". E, no entanto, os membros da NSU eram já conhecidos da polícia por detenção de armas proibidas e tinham passado à clandestinidade sem que isso, aparentemente, suscitasse nos investigadores qualquer suspeita de uma eventual ligação sua aos crimes. Para além do mais, a existência de pelo menos um agente infiltrado na NSU não serviu à polícia para suspeitar dessa ligação. Bem pelo contrário, serviu à NSU para obter armamento que considerava necessário. A incompetência policial, enquanto a série de homicídios prosseguia imperturbável, levou a que fosse discutida no Ministério do Interior a possibilidade de fazer intervir na investigação a polícia de investigação criminal (BKA), com outros meios e competências que os responsáveis do caso obviamente não possuíam. Mas essa proposta foi recusada. Finalmente a ligação da NSU com os crimes apenas foi descoberta por um acaso completamente alheio ao processo de investigação. Ao assaltarem um banco, dois membros da célula terrorista foram localizados e perseguidos pela polícia, acabando por aparecer mortos, aparentemente por suicídio, no carro que tinham usado para a fuga. Com eles estava a arma usada na série de homicídios.
Schäuble, responsável político da investigação Acontece que esta investigação absolutamente inútil teve a sua fase decisiva durante o mandato de quatro anos de Schäuble como ministro do Interior (2005-2009). Foi também durante esse mandato que foi recusada a proposta de associar a BKA à investigação. Hoje, no Bundestag, foi essa a questão mais importante que o presidente da comissão parlamentar de inquérito, o social-democrata Sebastian Edathy, colocou ao actual ministro das Finanças: se ele tivera alguma influência na recusa de uma participação da BKA. Curiosamente também os liberais, parceiros de Schäuble na mesma coligação governamental, reresentados na comissão por Hartfrid Wolff, fizeram sua a embaraçosa pergunta de Edathy. Segundo o Süddeutsche Zeitung, Schäuble defendeu-se de forma algo desafiante, afirmando que não se recordava da proposta, mas que a teria recusado se ela lhe fosse apresentada. Ao seu lado e em sua defesa, teve apenas a voz do deputado democrata-cristão Clemens Binninger: "Ter-se-ia, por certo, mudado de cavalo a meio da cavalgada, mas ter-se-ia continuado a cavalgar na mesma direcção errada".