Escândalo Bettencourt põe em risco reeleição de Sarkozy
Li no Económico que "o ex-ministro Eric Woerth foi acusado de ter recebido 150 mil euros de forma ilegal da bilionária Liliane Bettencourt para financiar a eleição de Sarkozy em 2007. A menos de 100 dias das eleições presidenciais em França, as aspirações de Nicolas Sarkozy em permanecer no Palácio do Eliseu por mais cinco anos começam a ficar ensombradas, antes mesmo do presidente anunciar a sua recandidatura, o que deverá acontecer durante a próxima semana. Com Sarkozy a arriscar ficar para a História como o presidente francês a enfrentar uma reeleição com a pior taxa de popularidade desde a Segunda Guerra Mundial (32%), o líder da União por um Movimento Popular (UMP) recebeu esta semana a pior notícia possível: Eric Woerth, ex-tesoureiro da UMP e ex-ministro do Trabalho do governo de Sarkozy, foi formalmente acusado do crime de "tráfico de influências passivo cometido por pessoa investida de um mandato público". Uma acusação que surge no âmbito de um longo processo judicial que envolve a bilionária Liliane Bettencourt, herdeira do império L'Oreal, que alegadamente terá financiado de forma ilegal a campanha eleitoral de Sarkozy em 2007. Ao fim de 12 horas de interrogatório, Woerth, de 56 anos, poderá agora ser condenado a 10 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 150 mil euros, depois de ter sido forçado a abandonar o cargo de ministro do Trabalho, em Novembro de 2010. Uma polémica que na já altura afectou o governo de Sarkozy e chegou mesmo a implicar directamente o presidente francês. Apesar da saída do governo, Sarkozy manteve Woerth por perto, como conselheiro político da UMP. O caso que começou por ser um drama familiar, com a filha de Bettencourt a processar a mãe em tribunal por doações milionárias feitas a um amigo da família, depressa se transformou num escândalo nacional, quando a antiga contabilista da bilionária, Claire Thibout, apresentou provas de que Woerth recebeu 150 mil euros como financiamento partidário ilegal. A lei francesa só permite que os partidos recebam contribuições até 7.500 euros. Além disso, a mulher do ministro, Florence Woerth, trabalhou durante três anos na empresa que geria a fortuna de Bettencourt, avaliada em 17 mil milhões de euros. Para adensar o caso, gravações feitas por um antigo mordomo de Bettencourt mostram que Woerth poderá ter sido conivente com as estratégias da herdeira da L'Oreal para fugir ao fisco francês, quando era ministro do Orçamento. O escândalo atingiu Sarkozy, que chegou mesmo a dar entrevistas televisivas para se defender das acusações”.
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