sexta-feira, julho 15, 2011

Banif: activos no exterior são para manter

Segundo o Expresso, "as operações do Banif no exterior são para manter. No Brasil a ideia é avançar para um banco universal com parceiros locais Arrumar a casa dentro e fora de portas — é esta a estratégia que o Banif está a seguir e que passa por encontrar parceiros para todas as operações que tem no exterior. O banco presidido por Joaquim Marques dos Santos está pressionado pela falta de liquidez e capital, mas por agora não equaciona vender nenhum dos activos, apenas arranjar parceiros onde ainda não os tem e abrir mais o capital nos mercados onde já partilha as operações. “O Banif não está parado. No Brasil vamos provavelmente fazer a fusão do banco de investimento com o banco comercial.” A ideia, explica, é “criar um banco universal”. E adianta: “A oportunidade de negócio no Brasil é avançar para uma banca de relação como a que temos em Portugal. No mercado brasileiro há bancos muito grandes e bancos muito pequeninos. Um banco de média dimensão, para o middle market, tem potencial.” O presidente do Banif diz mesmo estar em conversações com potenciais interessados no projecto. As vantagens desta operação, refere, “têm não só que ver com a necessidade de cortar custos, mas também de nos especializarmos em operações mais rentáveis com vantagens na conta de exploração a médio prazo”. A esta nova arquitectura não é indiferente a necessidade de cumprir metas e rácios impostos pela troika e pelo Banco de Portugal. Além desta alteração, o Banif aguarda também a concretização da venda de 70% da corretora à Caixa Geral de Depósitos. “O encaixe da operação anda à volta dos €30 milhões que também vão aumentar a situação líquida do grupo”, adverte. No Banif Bank, operação que o grupo tem em Malta, a ideia é aumentar o número de parceiros. “Actualmente, temos 30% do capital nas mãos de investidores locais, mas queremos ter mais parceiros. O banco já atingiu o break even e no final do ano dará lucros”, salienta. Em Cabo Verde, “a operação é pequenina, mas estamos também a ponderar convidar investidores para o projecto”. Quanto a Espanha, o pior já passou, refere Marques dos Santos. “Vendemos o banco Pyme, que foi um mau investimento, e estamos satisfeitos com o Banco Pueyo porque este se encontra imune ao sector imobiliário e continua a ter bons resultados. Não é altura para vender.” E realça alguns números relativos ao crédito concedido e aos depósitos captados pelo grupo em 2010: “O crédito cresceu globalmente €700 milhões, porque não houve contenção no Brasil nem em Malta, e os depósitos aumentaram €1400 milhões, o dobro.” Já este ano a contenção também chegou ao Brasil e a Malta, refere. A estratégia para as operações internacionais não afasta o desejo de encontrar um accionista de referência para o grupo em Portugal. Manter a rede — 40% das agências em Portugal têm menos de cinco anos — é o objectivo”.

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