Refere a jornalista Mónica Silvares do Económico que “os mais velhos e as classes mais altas são os mais pessimistas. Conhecido todo o plano da ‘troika', o pessimismo voltou a abater-se sobre os portugueses. Conscientes de que os próximos anos vão ser marcados pela austeridade, quando inquiridos sobre como será a sua situação, e a do País, dentro de um ano, a esmagadora maioria responde "pior". A redução das deduções totais que as famílias vão poder fazer no IRS, o aumento do gás e da electricidade, por via do aumento do IVA, o aumento do IMI, o aumento das taxas moderadoras da saúde, o aumento dos transportes e o corte das pensões acima de 1.500 euros, são apenas algumas das medidas que constam do documento assinado pelo Executivo e que os principais partidos (PSD e CDS) se comprometem a aplicar/viabilizar). Não é pois de estranhar que a sondagem da Marktest para o Diário Económico e TSF revele que os mais velhos são também os mais pessimistas. Mas, são os portugueses das classes mais elevadas que consideram que a situação vai piorar. A sondagem demonstra ainda que são os eleitores que revelam intenção de votar no PSD que estão mais receosos com o futuro, do que os PS. Estes dados ajudam a explicar a liderança do PSD na sondagem. "O desejo da penalização do poder tardou, mas vai chegando", sublinha António Costa Pinto. A elevada taxa de desemprego que se regista no país (12,4% nos primeiros três meses do ano) ajuda também a explicar o pessimismo global que se abate sobre a economia e que já atirou a confiança dos consumidores para níveis historicamente negativos, segundo os últimos dados do INE. Segundo a sondagem da Marktest são os eleitores da Grande Lisboa que estão menos tranquilos com o seu futuro pessoal, mas são os do Litoral Centro os mais pessimistas com o futuro do País. A acrescer à austeridade que será ditada pela implementação do plano da ‘troika' e às fracas perspectivas de emprego, os portugueses têm ainda a pesar no seu horizonte um aumento da inflação, que lhes reduzirá ainda mais o poder de compra, um aumento das taxas de juro que poderão tornar as prestações da casa incomportáveis e escassez de crédito, porque os bancos serão mais rigorosos na atribuição de qualquer tipo de empréstimos.
Ficha técnica:
A sondagem da Marktest para o Diário Económico e TSF realizou-se nos dias 28 e 31 de Maio para analisar as intenções de voto e a popularidade dos principais protagonistas políticos. O universo é a população de Portugal Continental com mais de 18 anos e que habite em residências com telefone fixo. A amostra, constituída por um total de 1208 inquiridos, foi estratificada por regiões: 239 Grande Lisboa,134 Grande Porto, 200 Litoral Centro, 231 Litoral Norte, 269 Interior Norte e 135 no Sul;641 a mulheres e 567 a homens. 382 a indivíduos dos 18 aos 34 anos, 4236 dos 35 aos 54 e 403 a mais de 54 anos. A escolha dos lares foi aleatória. Intervalode confiança de 95%, e margem de erro de 2,82%. Indecisos redistribuídos de forma proporcional aos que declararam sentido de voto. Taxa de resposta 28,7%. Não voto: 4,6%. Não sabe/Não responde: 32,4%. Votos Brancos e Outros sem indecisos: 8,8%”.
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