Sondagem DE: PSD aumenta vantagem e tem maioria absoluta com CDS
Escreve o Económico, num texto do jornalista Francisco Teixeira que “a quatro dias das eleições o centro-direita reúne 48% das intenções de voto com destaque para o CDS e CDU. O PSD alargou a vantagem sobre o PS, o centro-direita reúne mais votos do que os três partidos de esquerda e a CDU descola do Bloco de Esquerda, quando ainda existem mais de 30% de indecisos. São estas as principais tendências do barómetro da Marktest de Junho para o Diário Económico e TSF. A apenas quatro dias das eleições, o PSD consolidou nos últimos 20 dias a liderança nas intenções de voto com 38,5% (apesar de uma queda de 1,2 pontos face a 11 de Maio), descolando do PS que caiu para 30,1% (menos 3,3 pontos do que no último mês). Em Junho registou-se a maior diferença entre PS e PSD desde que foi iniciada a crise política e o Parlamento foi dissolvido. Para Pedro Marques Lopes "parece claro que, na última semana, o PSD inverteu a tendência e recuperou bastante". Para o gestor é "curioso que este período tenha correspondido com o abandono por parte do PSD da estratégia dos casos, do combate directo a Sócrates". Numa frase: "Sempre que o PSD abandonou o insulto e o confronto capitalizou com isso". Já o politólogo Pedro Adão e Silva lê nestes dados que "as determinantes mais fortes do voto acabaram por se revelar, como seria de esperar, decisivas". Isto é, "com o desemprego em alta, a economia em recessão e o pedido de resgate financeiro que destruiu a narrativa do Governo, por mais erros que o PSD fizesse, dificilmente poderia não ganhar". Numa altura em que os discursos dos líderes dos dois principais partidos continuam polarizados, numa luta a dois, a verdade é que esta sondagem realça a importância do CDS no próximo Governo. Desde Fevereiro que o partido liderado por Paulo Portas está a subir, sendo que este mês alcança os 9,7%, mais do dobro do que tinha em Fevereiro - 4,2%. Embora bem longe dos dois principais partidos, se saíssem das urnas as previsões da Marktest, Paulo Portas teria um papel determinante no próximo Executivo. À esquerda é o Bloco de Esquerda que continua a fazer o percurso oposto ao CDS e se, em Março, contava com 8,9% das intenções de voto, no barómetro de Junho regista metade desse valor: 4,5%. A CDU de Jerónimo de Sousa está em alta e descolou do Bloco com quem chegou a manter contactos antes mesmo da campanha eleitoral. Os comunistas alcançam 8,5% das intenções de voto. Nesta sondagem, a esquerda do PS, que recusou sequer reunir com a ‘troika' e validar o duro programa de austeridade que o país tem pela frente, reúne 13% das intenções de voto. Um valor que fica bastante aquém das últimas legislativas: 17,6%. "Colocarem-se ostensivamente de fora das soluções de Governo parece não compensar", é o comentário de Pedro Adão e Silva. O trabalho de campo foi realizado entre sábado e terça-feira e já incorpora todas as polémicas que, nos últimos dias, têm marcado a campanha eleitoral. Com uma amostra maior (1.208 entrevistas) face ao barómetro habitual (800 entrevistas), os dados da Marktest apontam ainda para um número elevado de "Não sabe/Não responde" (32,4%) e um número reduzido de "Não voto" assumido (4,6%). Os restantes partidos e os votos brancos chegam aos 5,5%.
Ficha técnica
A sondagem da Marktest para o Diário Económico e TSF realizou-se nos dias 28 e 31 de Maio para analisar as intenções de voto e a popularidade dos principais protagonistas políticos. O universo é a população de Portugal Continental com mais de 18 anos e que habite em residências com telefone fixo. A amostra, constituída por um total de 1208 inquiridos, foi estratificada por regiões: 239 Grande Lisboa,134 Grande Porto, 200 Litoral Centro, 231 Litoral Norte, 269 Interior Norte e 135 no Sul;641 a mulheres e 567 a homens. 382 a indivíduos dos 18 aos 34 anos, 4236 dos 35 aos 54 e 403 a mais de 54 anos. A escolha dos lares foi aleatória. Intervalode confiança de 95%, e margem de erro de 2,82%. Indecisos redistribuídos de forma proporcional aos que declararam sentido de voto. Taxa de resposta 28,7%. Não voto: 4,6%. Não sabe/Não responde: 32,4%. Votos Brancos e Outros sem indecisos: 8,8%”.
Sem comentários:
Enviar um comentário