"- Qual é o principal desafio que se coloca à comunicação social madeirense?
O da sobrevivência. E o de ter a coragem de o assumir. O que implica uma eventual revolução de procedimentos, de posicionamento empresariais e de redimensionamento das empresas, com custos que podem não ser os melhores. Mas que inevitavelmente terão que acontecer. Creio que 2011 será um ano dramático, mesmo penoso, para a comunicação social em geral. Não excluo sequer despedimentos com todo o dramatismo que isso implica e a mágoa que me causa, porque continuo dependente de uma solidariedade corporativista. Que nunca escondi. Desconheço a realidade das rádios locais – há uns anos, havia uma fortíssima dependência das potencialidades do espaço territorial onde cada das rádios exerce a sua actividade, mas acredito que presentemente, sem o apoio financeiro do Governo Regional, com ou sem atrasos (porque os contratos servem sempre de garantia junto dos bancos), estariam todas fechadas.
Lá está. Existe uma sobreposição de rádios no espectro radiofónico regional, entre rádios regionais e rádios locais (algumas de facto mais regionais que locais…) que elas acabam por “atropelar-se” umas às outras tentando ignorar que o mercado publicitário privado não dá para todas. No caso da televisão, pelo menos até que outros projectos regionais sejam dinamizados, quando existirem condições para isso, a situação caracteriza-se pela existência da RTP sem concorrência directa de outras estações, pese os estragos, assinaláveis, que o acesso aos canais privados nacionais (telenovelas e futebol) tem causado nas audiências da televisão regional. O problema mais complexo poderá colocar-se na imprensa e na disputa – mesmo que não assumam – com a pressão da internet e com os efeitos da crise, quer na publicidade, quer na redução dos assinantes e nas vendas, devido ao facto das pessoas, com rendimentos cada vez mais reduzidos, terem que fazer opções. Por outro lado, há empresas, algumas delas com projectos editoriais falhados, que tem ter a coragem de se enquadrarem na realidade do mercado que somos, na nossa dimensão, nas nossas especificidades, em vez de insistirem em aventurar-se em projectos absurdos e dispensáveis que só trazem despesas e desestabilizam financeiramente as empresas. A participação da Região no JM não pode continuar a ser uma panaceia, nem a “justificação” para todos os males, servindo de “cobertor” para erros, insuficiências ou mesmo perda de qualidade ou opções editoriais de duvidosa credibilidade. Mas não quero, recuso, entrar por aí, porque respeito a total liberdade de decisão e a independência dos meios de comunicação social, mesmo que conheça situações internas, de pressões, de ameaças, de ataque aos direitos dos profissionais, que nada têm a ver com a política ou com tudo o que se passa para além das paredes das redacções.
Como se verifica, os desafios são imensos, e os tempos, sinceramente, não se compadecem nem com palavras de circunstância, nem com “histórias da carochinha” montadas à volta do sector e que não escondem a realidade. Há mudanças nas empresas que têm que ser feitas, há medidas que devem ser tomadas, há prioridades a estabelecer enquanto é tempo, há um debate e uma reflexão que precisa de ser estimulado, internamente, antes que seja demasiado tarde" (LFM)
Lá está. Existe uma sobreposição de rádios no espectro radiofónico regional, entre rádios regionais e rádios locais (algumas de facto mais regionais que locais…) que elas acabam por “atropelar-se” umas às outras tentando ignorar que o mercado publicitário privado não dá para todas. No caso da televisão, pelo menos até que outros projectos regionais sejam dinamizados, quando existirem condições para isso, a situação caracteriza-se pela existência da RTP sem concorrência directa de outras estações, pese os estragos, assinaláveis, que o acesso aos canais privados nacionais (telenovelas e futebol) tem causado nas audiências da televisão regional. O problema mais complexo poderá colocar-se na imprensa e na disputa – mesmo que não assumam – com a pressão da internet e com os efeitos da crise, quer na publicidade, quer na redução dos assinantes e nas vendas, devido ao facto das pessoas, com rendimentos cada vez mais reduzidos, terem que fazer opções. Por outro lado, há empresas, algumas delas com projectos editoriais falhados, que tem ter a coragem de se enquadrarem na realidade do mercado que somos, na nossa dimensão, nas nossas especificidades, em vez de insistirem em aventurar-se em projectos absurdos e dispensáveis que só trazem despesas e desestabilizam financeiramente as empresas. A participação da Região no JM não pode continuar a ser uma panaceia, nem a “justificação” para todos os males, servindo de “cobertor” para erros, insuficiências ou mesmo perda de qualidade ou opções editoriais de duvidosa credibilidade. Mas não quero, recuso, entrar por aí, porque respeito a total liberdade de decisão e a independência dos meios de comunicação social, mesmo que conheça situações internas, de pressões, de ameaças, de ataque aos direitos dos profissionais, que nada têm a ver com a política ou com tudo o que se passa para além das paredes das redacções.
Como se verifica, os desafios são imensos, e os tempos, sinceramente, não se compadecem nem com palavras de circunstância, nem com “histórias da carochinha” montadas à volta do sector e que não escondem a realidade. Há mudanças nas empresas que têm que ser feitas, há medidas que devem ser tomadas, há prioridades a estabelecer enquanto é tempo, há um debate e uma reflexão que precisa de ser estimulado, internamente, antes que seja demasiado tarde" (LFM)
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