segunda-feira, agosto 02, 2010

Vitimização?

O dr. Rui Caetano – e penso que leu bem o que escrevi e que MANTENHO – pode-se fazer de vítima que não adianta nada. Em primeiro lugar mentiu, porque escondeu o facto do PS, a propósito da transferência do IRS ara os municípios da Madeira ter votado contra as propostas que foram apresentadas pela oposição, não pelo PS, nem pelo PSD. Aliás eu nunca falei que o PSD tinha mérito na medida porque a proposta aprovada não foi da autoria dos social-democratas. Pelos vistos o dr. Rui Caetano tem um entendimento diferente, chama a si méritos que não tem, tenta puxar para o PS iniciativas que não teve e tenta insinuar que o governo socialista cumpriu compromissos assumidos, quando nunca os assumiu pelo simples facto de que a proposta foi aprovada pela oposição na Assembleia da República com os votos contra. Insulto? Quando e onde? Eu não entrou em insulto barato, mas em política temos que denunciar a hipocrisia, a mentira e o oportunismo. Pode-se fazer de vítima as vezes que entender que não resulta. Aliás, se o quisesse visar falaria nos resultados das autárquicas de 2009, porque mostram no fundo a sua legitimidade para muitas vezes falar das forma que fala (até parece, por vezes, que ganhou as eleições e o PSD é que as perdeu) e a do PS, tendo em consideração a voz do eleitorado. Em segundo lugar tentou enganar as pessoas ao aproveitar-se em conferência de imprensa de uma situação que o ultrapassou. O seu desplante chegou ao ponto de afirmar que Jacinto Serrão como o próprio dr. Caetano teriam pressionado o governo socialista de Lisboa, inclusivamente em reuniões do PS junto de Sócrates (!) para aprovar a medida em questão, revelando um desconhecimento – o que é lamentável – ou uma manipulação mentirosa, o que é grave.
O dr. Rui Caetano – e já agora, não acha despropositado que seja o senhor a falar, por exemplo, de questões relacionadas com o funcionamento da assembleia legislativa, não estou a me pronunciar sobre o conteúdo, mas da forma, quando além de nem sequer ser deputado, é suposto que o PS local tenha no parlamento uma estrutura que poderia e pode levantar legitimamente todas as questões relacionadas com o parlamento? – pode vitimizar-se, porque factos são factos. A verdade é a verdade e basta levar o Diário da Assembleia para se perceber o embuste que tentou uma vez mais passar por via da comunicação social, aproveitando-se do facto de ter sido uma decisão aprovada em Março deste ano e que provavelmente estaria caída no esquecimento. Aliás, lamentavelmente nessa conferência de imprensa ninguém o questionou sobre essa contradição, provavelmente, o que a acontecer, o deixaria numa posição difícil, porventura passível de adjectivação ainda pior do que a que estou a usar. Recuso, e que fique bem claro, entrar em polémicas com o dr. Rui Caetano que já disse o que tinha a dizer, embora o tenha feito de uma forma desastrosa, pelas razões que expliquei, sendo natural que esteja incomodado. Mas eu também já disse o que tinha a dizer e não retiro uma vírgula. A seu tempo certamente que estes ”rasgos” de seriedade e de ética na política serão recordados a quem de direito… Em caso de dúvidas, e para que as pessoas interessadas no assunto confirmem o que se passou deixo aqui o link de acesso ao Diário da Sessão da Assembleia da República (plenário de 12 de Março de 2010). O que me espanta, é que os partidos da oposição, que tiveram a iniciativa e que s viram aprovada, se tenham remetido ao silêncio, provavelmente porque já se tinham “esquecido” disso. Finalmente, não me venha com essa do insulto porque não pega nem lhe fica bem. INSULTO é a forma como alguns exercem a política, deturpando os factos e distorcendo a verdade. INSULTO é isso.

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