Julgava eu que a ERC tinha questões mais importantes com que se preocupar. Gostaria de saber, por exemplo, o que faz a ERC de concreto, que medidas toma, que conclusões obteve, quando os portugueses foram confrontados com o vergonhoso caso das “escutas de Belém” – uma fabricação política e partidária envolvendo jornalistas, fugas de informação propositadas, agências de comunicação, propaganda governamental, instrumentalização de meios de comunicação social, etc – e continuam ser obter as respostas a que têm direito? Gostaria de saber o que tem feito a ERC em termos de registo de interesses der profissionais de comunicação social e de eventuais ligações perigosas com empresas e grupos económicos? Gostaria de saber o que tem feito a ERC relativamente ao que se passa na Lusa? Gostaria de saber o que fez a ERC para que a RTP seja obrigada a cumprir as recomendações constantes de relatórios sobre o Pluralismo Político-Partidário no Serviço Público de Televisão? Ou será que é preciso andar a lembrar à ERC para que foi ela criada? Obviamente que aceito e compreendo que não possa ignorar queixas que lhe são presentes. Mas recomendo que análise integralmente os factos, que peça indicadores, que ponha especialistas a esmiuçar os números apresentados e que explique se a comunicação social, publicitariamente falando - porque foi apenas sobre isso que se pronunciou – há ou não uma crise de mercado que tem fechado jornais e colocado muitas empresas do sector em situação de extrema dificuldade e até mesmo de pré-de falência? Ou será que a ERC garante emprego aos profissionais da comunicação social que ficam desempregados? Já agora uma recomendação final à ERC que pelos vistos tem tempo para essas coisas: promova um estudo sobre a proliferação, encapotada ou não de opções pela subcontratação de serviços na área da comunicação social, redacções incluídas, e que relação existe entre essa opção empresarial e muitos despedimentos, já consumados ou em vias disso?
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