O líder do Bloco de Esquerda é das poucas pessoas com quem se pode manter uma troca de ideias – entre pessoas que pensam de forma diferente e por isso estão em partidos diferentes – que isso em nada altera a nossa maneira de estar e de ser. Hoje, o Roberto Almada responde-me no seu blogue. Mas não gosto que fiquem n ar dúvidas: eu não condeno a acção política do BE, era o que faltava. Tem toda a liberdade para protestar contra o que entende ser passível desse protesto. É uma questão que diz respeito à liberdade de cada partido, à liberdade dos seus dirigentes e militantes, pelo que ninguém tem, nada que criticar. O que eu disse, e mantenho – embora perceba e acredite no comentário de Roberto Almada – é que o BE se excedeu ao usar a figura de um “padre” para uma encenação política de um “funeral”. E esta a minha opinião. O Roberto Almada diz que não Pensamos de forma diferente, nada mais a acrescentar. Quanto ao “desespero” do BE – eu não sei se existe ou não, desconfio que existe e que vai acentuar-se à medida que as regionais se aproximam - que o Roberto Almada, evidentemente que o povo é sempre soberano na sua decisão. O problema é que é preciso respeitar o povo, a sua vontade, mesmo quando não vota da forma que se quer. Esse respeito tem que ser transversal e não sectário. Dispenso-me de comentar a última e despropositada afirmação, até porque essa questão da “dependência” da política tem muito que se diga. Se é por ter um emprego e que isso basta para dizer que não depende, bom cada um fica com a sua opinião. O problema é que Roberto Almada nunca foi confrontado – e estou na política activa apenas desde 1992 - a ter que aceitar desafios pelo simples facto de que cada um tem a liberdade de aceitar os convites que lhe fazem e porque o Bloco de Esquerda provavelmente nunca se confrontou com essas oportunidades, o que é lógico e compreensível. Há dias uma notícia dava conta que o líder nacional do BE era dos poucos dirigentes partidários com poupanças aplicadas. Alguém tem alguma coisa a ver com isso? Cada um tem o que tem. Desde que não ande a roubar nem seja corrupto, não tem que andar a dar satisfação da sua vida a terceiros. Uma coisa é certa, goste ou não, o Roberto Almada: neste momento – peso eu… - ele depende da política, porque é deputado. Mas repito, não conte comigo para esse tipo de conversa menor, não me parece sequer digna, não retira razão ao que disse: se o Bloco de Esquerda por acaso perder a sua representação parlamentar (eu sei que os votos do PND no Funchal, nas última autárquicas, preocuparam o Bloco de Esquerda bem como o PC) corre naturalmente o risco de “desaparecer”, entenda-se, de perder influência e de ter recursos para manter a actividade que hoje mantém. Se não está "desesperado" (entenda-se o termo como provocatório, só isso....), então provavelmente terá que mudar alguma coisa e deixar de me parecer a reboque corporativista de outros partidos nalgumas questões. Como o Roberto concordará comigo, é assunto que não me diz respeito. Mas esta é pelo menos a minha ideia, que até admito venha a revelar-se errada. Não até ao momento.
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