segunda-feira, julho 12, 2010

Alberto João Jardim: "A Madeira está ante outra perspectiva de catástrofe económico-financeira"

"Após toda a conflitualidade que a matéria «finanças regionais» provocou, mas agora que se verificava, também no Interesse Nacional, uma normal institucionalização de relações e mesmo de solidariedade entre o Governo da República e o Governo Regional da Madeira, surge outra vez o Ministro das Finanças, identificado com as opiniões da organização comunista «bloco de esquerda», a insolitamente desencadear um novo foco de conflito a propósito da Zona Franca da Madeira. O mesmo Ministro das Finanças que trouxe os Portugueses à situação grave em que nos encontramos, e que colocou em posição política difícil, o Partido Socialista e o seu Primeiro-Ministro.
A Madeira está ante outra perspectiva de catástrofe económico-financeira. A atitude do Ministro das Finanças priva a Região Autónoma de vinte por cento do seu Produto Interno Bruto e de uma receita adicional de IRC, à volta de pelo menos 80 milhões de euros, mais do que o total de IRC pago pelas restantes empresas no arquipélago.
E ao privar a Madeira, é receita que tira a Portugal. A partir de 2012, em vez de uma receita superior a 140 milhões de euros de IRC, a Madeira vai continuar nos 60 milhões, perdendo 2.800 postos de trabalho, directos ou indirectos, na sua maioria empregos qualificados e auferindo salários acima da média nacional.
É revoltante!
É uma vergonha nacional!
Portugal não sai minimamente beneficiado, porque as empresas a actuar na Zona Franca portuguesa, face à competitividade retirada a esta, irão para o Luxemburgo, para Malta, para Holanda, para as Canárias, para Chipre, etc. A Madeira é atacada desta maneira, porque em vez de se perder em discussões teóricas, criou para Portugal um projecto eficiente e exportador de Serviços como é a Zona Franca. Até porque são estes os caminhos através dos quais, com imaginação e competência, um território com as características da Madeira pode aumentar os seus rendimentos. Este tipo de Serviços internacionais representam 80% do Produto Interno Bruto do Luxemburgo, um terço do de Malta e de Chipre, bem como do de Singapura e das ilhas britânicas do Canal. A pergunta que coloco aos Portugueses, é o porquê de os titulares dos órgãos do Estado português nos tirarem, assim, idêntico ganha-pão.
Creio que, no Continente, as pessoas não estão a se aperceber das consequências disto para a Madeira e para Portugal no seu todo, deste frete às praças financeiras estrangeiras concorrentes e à organização comunista «bloco de esquerda».
Espanta-me que ainda não tenha surgido o necessário sinal e intervenção, quer do Presidente da República, quer do Primeiro-Ministro.
Portugal chegou mesmo a isto?!....". (crónica de Alberto João Jardim na rubrira "Palavras Assinadas" da TVI24, hoje)

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