segunda-feira, janeiro 04, 2010

PSD-Madeira: o tempo de antena de João Jardim

Foi o seguinte o texto lido por Alberto João Jardim no tempo de antena do PSD da Madeira hoje emitido, nos termos da lei, pela RTP-Madeira:
"Neste final de 2009, em nome do Partido Social Democrata, quero agradecer a todos aqueles que, nos três actos eleitorais deste ano, depositaram a sua confiança no PSD da Madeira, sempre através de maiorias absolutas.
Mas também quero agradecer a todos os que exerceram as suas responsabilidades de participação cívica, ainda que não votando nos autonomistas sociais-democratas. Todos sabem o horror que eu tenho a “promessas”, dado o meu medo de eventualmente, depois, não as poder cumprir, não só por causa da situação de Portugal, cada vez mais grave, como também por causa das dificuldades com que têm cercado o Povo Madeirense.
O período do início de 2010, até quase o final de 2011, termo deste mandato, não vai ser fácil.
Primeiro, por causa da situação da República Portuguesa, bem como da sua evolução previsível, República na qual somos Região Autónoma.
Segundo, porque estão e estarão em curso, as últimas grandes infra-estruturas que foram necessárias fazer, para modernizar e desenvolver o arquipélago, económica, social e culturalmente.
Lançadas sempre no tempo certo porque, como todas sabem, a maior parte delas, hoje, na presente conjuntura nacional e internacional, seria impossível fazê-las.
Impossível fazê-las, quer agora, quer nos anos mais próximos.
Dado o volume do que está em curso, tal representa dois anos de ainda forte aperto financeiro. Após 2011, muitas das receitas anuais da Região estarão mais libertas e, para além da garantia que dá sempre o enorme património da Região Autónoma que a Autonomia Política permitiu assumir e tanto construir, tudo se irá estabilizando.
Mas este período de dois anos que agora se inicia, poderá ser ganho também pelo Povo Madeirense, se razões políticas excêntricas à Madeira não impedirem o habitual bom relacionamento Governo-Empresários-Banca-Trabalhadores.
Aliás, após 2011, um novo ciclo económico-político se iniciará no arquipélago, carecendo de duas coisas fundamentais: novas gerações com visão inovadora ante circunstâncias novas; uma firme união entre todos os autonomistas.
Não tenhamos ilusões.
Aqueles que, em Lisboa, detestam as nossas Liberdades e ofendem os nossos Direitos à Autonomia Política, não vão parar as suas hostilidades colonialistas. Mais. Procurarão aproveitar a mudança de ciclo político-económico. Terão sempre ao seu serviço, os seus feitores e colonos cá residentes, estes sempre disponíveis para Lisboa, quais empregadas de quarto.
Resta saber quem vai resistir mais tempo. Nós, ou eles, apesar dos instrumentos poderosos de que dispõem, desde a propaganda, passando pela Justiça, até às forças repressivas. É por isso que não nos devemos meter nas desastrosas peripécias da decadência política em Lisboa. Isto começa a lembrar aqueles tons de fim de regime, a “classe política” lisboeta, sempre situacionista, não se entende numa alternativa ao actual sistema político-constitucional.
Como uma das suas tábuas de salvação, precisa, antipatrioticamente, de se unir numa hostilidade aos Direitos, Liberdades e Garantias do Povo Madeirense, como se, embora autónomos, não fôssemos, todos, a mesma Nação portuguesa. Há coisas que, tenho a certeza, o Povo Madeirense já não em pachorra para aturar. Até mesmo a graça que achávamos ao comportamento político exótico daquela gente, muito diferente da Europa democrática, até isso está a se esgotar.
E digo-o, com uma convicção de desdém, assumida por tudo o que considero anti-patriótico. Porém, até ao último dia do meu mandato, com a força e o empenho de sempre em todos estes mais de trinta anos, farei o que ainda tem de ser feito, lutarei por maior e mais legítima Autonomia da Madeira, ajudarei às tentativas de reabilitação de Portugal. Se tal vos digo, é porque continuo a viver a Esperança. O único presente que tenho para vos dar esta noite. Mas Esperança que, de certeza, continuará a levar a Madeira para a frente, apesar de tão grandes dificuldades e de tão poderosos obstáculos. E é com esta Esperança que, neste dealbar de um Ano Novo, brindo por todos Vós".

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