Segundo o jornalista Gonçalo Venâncio do Jornal “I”, “de Harvard saíram seis presidentes americanos, de John Adams a Barack Obama, passando por George W. Bush, e 75 prémios Nobel. Mas em Cam- bridge, Massachusetts, os líderes da mais prestigiada universidade do mundo parecem ter esquecido uma das lições elementares da Física de Isaac Newton: tudo o que sobe também desce. Foi o que sucedeu com o fundo institucional da universidade norte-americana. Depois ter engordado anos a fio até atingir 26,2 mil milhões de euros (37 mil milhões de dólares), o fundo deverá ter levado uma machadada sem precedentes de oito mil milhões de euros no ano fiscal que agora termina. As previsões são da Moody's, agência de notação financeira. Ainda sobra muito dinheiro. Mas, como escreve a revista "Boston Magazine", estão reunidos muitos dos ingredientes que poderiam ter levado a universidade à falência. A situação é de tal modo grave que Harvard está a cortar a direito nas despesas, parando a construção do seu campus ultramoderno em Allston e propondo a reforma antecipada a 10% do seu quadro de colaboradores. Tudo somado, a universidade tem de emagrecer ao ritmo de 500 milhões de dólares (353,7 milhões de euros) por ano, durante quatro anos. Culpados? É preciso recuar aos anos 90, quando Jack Meyer abandonou a Rockefeller Foundation para assumir a presidência da Harvard Management Company (HMC). Meyer, uma vedeta dos mercados, diversificou o portfolio de investimentos da HMC. Na carteira de activos passaram a estar produtos financeiros ligados às matérias-primas, ao imobiliário, aos hedge funds e às obrigações. Quando chegou a Cambridge, o fundo da universidade ficava-se por uns modestos 3,3 mil milhões de euros. Quinze anos depois, em 2005, o valor escalou para os 15,9 mil milhões, tendo crescido a um ritmo anual de 16%”.
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