terça-feira, junho 09, 2009

“Twittergate” na Alemanha: causar um escândalo em 140 caracteres

Escreve a jornalista do Jornal “I”, Ana Rita Guerra: “Um "Twittergate". É deste modo que está a ser apelidado o episódio dos deputados alemães da CDU que, no sábado passado, revelaram aos seus seguidores os resultados das eleições presidenciais 15 minutos antes do anúncio oficial. O site de microblogging com apenas dois anos e meio serviu para derrubar uma austera tradição de várias décadas. E o alvoroço está a ser tanto que ontem os parlamentares alemães abriram uma comissão de inquérito aos deputados para apurar responsabilidades neste caso. Mas o que se passa com as pessoas para que suspendam a sua experiência e conhecimento e ajam como se o Twitter fosse uma janela do Messenger com os amigos? Há ministros a dizer piadas desastrosas, actrizes com ataques histéricos de ciúmes e agora deputados que cantam vitória cedo demais. O número de gafes e inconfidências no Twitter é tão volumoso que talvez fosse boa ideia criar um manual de instruções de boa utilização. É que se o desabafo de um desconhecido pode fazer mossa no seu círculo de amigos, a indiscrição de uma personalidade pública pode transformar-se num escândalo mundial. O caso alemão é apenas o mais recente dos minitwittergates que se têm passado nos últimos meses e incluem processos legais, multas de milhares de euros e novelas políticas. No início de Maio, por exemplo, o ministro britânico da Educação fez uma piada sobre Susan Boyle, uma ilustre desconhecida que foi descoberta no programa televisivo "Britain?s Got Talent" e que se tornou uma estrela do YouTube. Sion Simon escreveu:"Não estou a dizer que a Susan Boyle causou a gripe suína. Estou apenas a dizer que ninguém tinha gripe suína, ela cantou na televisão, e as pessoas contraíram a gripe suína." A intenção era fazer uma piada, o resultado foi uma gafe universal”.

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