Aviação: o patrão da Ryanair
O jornalista do DN de Lisboa, António Rodrigues publicou recentemnente um texto, intitulado "Fazer da controvérsia uma forma de publicidade", no qual fala de Michael O'Leary, o patrão da Ryanair que, segundo ele, "refinou a provocação como arte de relações públicas. As suas declarações são sempre polémicas manobras de promoção". Diz o jonalista: "Michael O'Leary, o director executivo da companhia aérea low cost Ryanair, gosta de falar e gosta de falar muito. Em 2006, chegou a fazer uma jura para melhorar o ambiente no mundo: um voto de silêncio. Jura quebrada, pois desde essa altura ainda não parou com as declarações, a de passar a cobrar as idas à casa de banho nos seus aviões é apenas a mais recente numa longa lista. Segundo o próprio afirmava ao diário inglês The Guardian em Outubro, as polémicas que causa com as suas afirmações de tom elevado, linguagem excessiva e radicalismo exacerbado são pensadas como forma de promover a sua empresa: "Se conseguimos gerar mais relações públicas e controvérsia, isso quer dizer mais bilhetes vendidos para a Ryanair e assim cumprimos os objectivos." No que toca a promover a sua empresa, da qual é o quinto maior accionista, O'Leary não se importa até de roçar o ridículo, como no ano passado, em Espanha, quando vestiu um fato de matador de toiros e se montou numa réplica de um dos aviões da Ryanair para posar para as fotografias dos repórteres. "Desde que não tenha a ver com questões de segurança, a má publicidade não existe", referiu em 2006 ao The Times de Londres. Capaz de dizer coisas como "juntem todos os agentes de viagem e fuzilem-nos" ou "nunca gostei de aviões", O'Leary - um dos homens mais ricos da Irlanda, com uma fortuna calculada em 636 milhões de euros - consegue recorrer ao melhor dos sarcasmos para se descrever: "Provavelmente, sou apenas uma pequeno fala-barato insolente. E quem é que se importa com isso?" É-lhe indiferente se gostam dele ou não, porque detesta meias-tintas e não está para perder tempo com rodeios. Para evitar as filas de trânsito no caminho entre a sua quinta de Mulligar e a sede da empresa no aeroporto de Dublim, o patrão da Ryanair adquiriu uma licença de táxi por 4000 libras (cerca de 4500 euros), equipou o seu carro com taxímetro e todos os dias se faz transportar no seu Mercedes pelas vias de transportes públicos enquanto o resto dos automobilistas tem de penar no pára-arranca. O'Leary, que completa 48 anos no próximo dia 20, nasceu na mesma quinta familiar de Mulligar (a uns 80 quilómetros de Dublim, a capital da Irlanda) onde ainda hoje reside. Apesar de muitas vezes se reclamar como porta-voz dos pobres, a verdade é que é o segundo de seis filhos de uma família rural abastada, tendo estudado no Clongowes Wood, um dos colégios privados mais elitistas de toda a Irlanda. Em 2003, no seu casamento com Anita Farrell, antiga funcionária do Citygroup, entre os convidados estava a nata da sociedade irlandesa".
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