

FICHA TÉCNICA
Estudo de opinião efectuado pela Eurosondagem, para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, de 26 de Fevereiro a 3 de Março de 2009. Teve por objecto saber como avaliam José Sócrates e Manuela Ferreira Leite no que respeita à arrogância, competência para governar, conhecimento dos problemas europeus e mundiais, conhecimento dos problemas do país, determinação, honestidade e liderança, saber se o Governo agiu bem perante a crise económica e se o impacto desta seria maior caso Portugal não pertencesse à União Europeia, quais as áreas de actuação do Governo nestes quatro anos que consideram terem sido bem sucedidas e as piores intervenções do Governo, além da intenção de voto e da actuação dos titulares dos órgãos de soberania e dos líderes partidários. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando em lares com telefone fixo. A amostra foi estratificada por região: Minho, Douro e Trás-os-Montes (20,6%), Área Metropolitana do Porto (14,5%), Beiras, Estremadura e Ribatejo (28,6%), Área Metropolitana de Lisboa (26,4%), Alentejo e Algarve (9,9%). Foram efectuadas 1221 tentativas de entrevistas e, destas, 203 (16,6%) não aceitaram colaborar no estudo de opinião. Foram validadas 1018 entrevistas (83,4%). A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo. Desta forma resultou, em termos de sexo: feminino 50,9% e masculino 49,1%; e no que concerne à faixa etária: dos 18 aos 30 anos, 21,8%; dos 31 aos 59, 52,6%; com 60 anos ou mais - 25,6%. O erro máximo da amostra é de 3,07%, para um grau de probabilidade de 95,0%". Um tema também abordado pelo Correio da Manhã, num texto do jornalista e historiador Rui Ramos. "José Sócrates comemora hoje quatro anos de governo. Já houve no passado quem, por boas ou más razões, tivesse precisado de menos para deixar a sua pegada na história. E Sócrates? Para já, podemos dizer isto: o seu governo não parece ter sido nem o começo nem o fim das tendências que definiram a vida portuguesa nos últimos tempos. Sócrates foi o primeiro líder do PS a conseguir uma maioria absoluta e a vencer um referendo (o do aborto). Há cinco anos que mantém o PS à frente nas sondagens. Mas o PS já tinha ficado a 4 deputados da maioria absoluta em 1995 e a 1 em 1999, e o seu pior resultado, depois do colapso do guterrismo em 2002, tinha sido o melhor de sempre de um segundo partido (37%). Ou seja, Sócrates herdou um PS que, à custa da incapacidade do PSD para se reinventar depois do fim do cavaquismo (1995), já se transformara no partido natural de governo deste regime. Essa foi sempre a verdadeira vocação do PS. Mas Sócrates foi logo confrontado com o calcanhar de Aquiles que, durante muito tempo, impediu o PS de lá chegar. Nas eleições presidenciais de 2006 e nas autárquicas de Lisboa de 2007, Alegre e Roseta demonstraram que nas maiorias do PS há um ingrediente que tende a desligar-se: as "consciências de esquerda", que também sopram outros balões, como o do BE. O aborto não chegou para as aquietar. Chegará o casamento gay, a subida do défice e as pragas aos offshore?Talvez a liderança de Sócrates ainda veja o PS a descer. O que não verá quase certamente é o fim do declínio do país, iniciado sob o governo de Guterres. Sócrates fez esquecer este último detalhe, ao descobrir com sucesso as "reformas" que o governo PSD-CDS falhou. Ao reagirem na rua, as corporações ajudaram-no a criar a impressão de que estava a mudar o Mundo. Mas talvez tenha sido muito fumo para pouco fogo".
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