Seguindo o Jornal de Negócios num texto da jornalista Maria João Gago, o Estado ”corre o risco de perder cerca de 1500 milhões de euros com a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), tendo em conta o valor dos prejuízos causados pela actuação ilegal das administrações lideradas por José de Oliveira Costa. Aquele montante diminuirá em função das receitas geradas pela venda de activos não estratégicos, já em curso, e do encaixe resultante da eventual alienação do BPN. Segundo revelou Norberto Rosa, vice-presidente do BPN, na comissão parlamentar de inquérito à nacionalização do banco, as perdas da instituição ascendem a 1.800 milhões de euros, valor que deverá ser abatido à situação líquida do banco. No final de Setembro, os capitais próprios do BPN totalizavam 342,5 milhões de euros, de acordo com o balanço individual disponível no "site" do Banco de Portugal. Se se subtraírem os prejuízos já detectados àquele montante, o Estado terá de assumir perdas de 1.457,5 milhões. A este montante terá ainda de ser abatido o valor gerado pela venda de operações não estratégicas. "Está em curso um processo de alienação de activos não 'core', como o Banco Efisa, a seguradora Real Vida, o BPN Brasil e o BPN França que, espero, terão direito a retorno", alertou Francisco Bandeira, presidente do BPN, perante os deputados da mesma comissão. O gestor referiu estas possibilidades de alienação para sustentar a afirmação de que só depois de concluído este processo se poderá saber os encargos da nacionalização. "O custo é o que resultar do processo final do enquadramento do BPN". "Só no fim diria se é um bom ou um mau negócio" para o Estado, sublinhou Bandeira. Já Norberto Rosa não tem dúvidas de que a nacionalização do banco terá encargos para o erário público. "Haverá sempre custos para o Estado, o objectivo é minorar esses custos".Para o vice-presidente do BPN, será inevitável o Estado ter perdas porque "o banco estava numa situação de falência técnica". Qualquer que fosse a forma de intervir "teria sempre implicações negativas para o Estado" se este decidisse garantir os cinco mil milhões de euros de depósitos existentes na instituição. "Não é pelo facto de ter havido nacionalização que houve impactos negativos. As perdas já existiam", constatou. Perante a dimensão das perdas detectadas no BPN, nenhum dos gestores tem dúvidas de que não há margem para pagar indemnizações aos antigos accionistas do banco. "Em situação alguma, e atendendo à situação do BPN, se pode pôr a questão da indemnização dos antigos accionistas", alertou Bandeira”.***
Santos Silva quer mais atenção ao sector da banca
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