sábado, novembro 01, 2008

Liberalização aérea

Há uma matéria que necessariamente terei que abordar, numa perspectiva diferente do que fiz antes. Em primeiro lugar nunca fui contra a liberalização e qualquer pessoa minimamente conhecedora desta realidade dificilmente poderá posicionar-se contra essa liberalização. Em segundo lugar, o que sempre defendi, e mantenho, é que a liberalização não pode ser feita contra a TAP, como parecia indiciar, na medida em que a companhia de bandeira, com todos os seus defeitos e virtudes, continua a ser fundamental para a Madeira. Em terceiro lugar, à medida que a Easyjet entrar no mercado e consolidar a sua posição, obrigando o anterior monopólio TAP/SATA a se adaptar a uma nova realidade concorrencial, acredito que ficaremos a ganhar. Houve, e confirma-se, para além de uma deficiente informação, uma péssima escolha do timing para a implementação dessa liberalização, dado que quando ela foi anunciada continuou a haver no mercado apenas um monopólio aéreo (TAP e SATA) que aplicaram os preços que entenderam e definiram novas regras que continuam a penalizar os insulares. Julgo que ao Governo da República ficam apenas duas questões por resolver: a supressão de pesadas penalizações impostas pela TAP a quem tenha necessidade de alterar viagens (penalização de 50 euros e um tarifário regra geral o dobro do inicialmente marcado por indisponibilidade de lugares...), a proibição da aplicação de um tarifário escandaloso e explorador do passageiro, para quem queira viajar pela TAP marcando a viagem em determinadas circunstâncias (por exemplo com pouca antecedência) e um esclarecimento cabal da problemática dos estudantes universitários que realmente parecem-me que ficaram penalizados. Agora uma coisa é certa: as perspectivas hoje não são as mesmas que pareciam poder vir a prejudicar a Madeira e que há poucos meses tanta celeuma causaram. Finalmente um alerta, para as dificuldades que muitas agências de viagens estão a passar, dado que a liberalização implicou o recurso pelos passageiros às reservas pela internet, com a vantagem de pagamento de tarifas de reserva e emissão mais baratas. Com a recessão que afecta o poder de compra dos portugueses, e por causa disso origina um corte significativo nas férias fora da Região, esta fuga das reservas de viagens nacionais para os sites institucionais da TAP e da Easyjet ameaça colocar problemas que nalguns casos podem ser de sobrevivência empresarial.

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