quinta-feira, maio 01, 2008

Aliança Democrática Portugal: novo partido?

Por mero acaso cheguei hoje a um site do que me pareceu constituir um projecto em marcha ou o embrião de um futuro partido ou de uma associação cívica preocupada coma política. Falo da denominada Aliança Democrática Portugal. A sua "Exposição de Motivos" não deixa dúvidas:
"Considerando que:
- O mundo vive a mais acelerada mudança da História da Humanidade;
- A globalização, a sociedade da informação, o capitalismo selvagem, o terrorismo, as alterações climáticas, o esgotamento dos recursos naturais, o recrudescimento da guerra fria, os movimentos migratórios, o impacto das novas potências na economia mundial, a precariedade das condições laborais e a ruptura da providência social, entre outras questões complexas da nova ordem mundial, estão a confrontar pessoas, famílias, comunidades, empresas, povos e estados com o desabar das estruturas clássicas da organização social, política, económica, cultural e científica;
- As macro previsões da comunidade internacional sobre as consequências que as mudanças em curso implicam vêm apontar, objectivamente, para uma intensificação dos seus efeitos;
- O contexto da União, em que nos inserimos, onde a Europa enfrenta dificuldades em encontrar um paradigma geopolítico, institucional e social sólido;
Considerando ainda que:
- Portugal está demasiado vulnerável aos efeitos que os “factores externos” acarretam e precisa de encontrar uma resposta forte, que permita adaptar o país à nova realidade global, na prossecução da defesa dos mais altos e inalienáveis interesses nacionais;
- A República Portuguesa assiste a um acentuado definhamento da credibilidade, eficácia e autoridade das suas instituições, num torpor sem paralelo nas últimas três décadas;
- A descrença dos portugueses nas organizações políticas existentes, a falta de alternativas e a “condenação” a um cansado movimento pendular - dentro um bloco central de dois partidos - não por escolha de um, mas por sucessivas decepções em relação ao outro;
- O agravamento da crise social, resultado da recessão económica, e a percepção do colapso iminente, esgotado o último Quadro Comunitário de Apoio em 2013;
- As assimetrias gritantes, entre o litoral e o interior, as maiores cidades e as suas malhas suburbanas, as disparidades entre grandes massas pobres e alguns poucos ricos, bem como as condições degradantes a que são votados os mais idosos;
- A falta de incentivos para o incremento da produtividade e a ausência de critérios equitativos para a mais justa redistribuição da riqueza;
- O sentimento de frustração das gerações mais novas, que se deparam com obstáculos graves para a aplicação do seu mérito, muitas vezes intransponíveis, vedadas que estão as oportunidades para a sua realização pessoal, profissional e social, e vêm assim hipotecado o seu futuro:
Torna-se no mais elementar dever cívico agir em consequência e proceder a uma conjugação de esforços, aliando plurais vontades, alicerçadas num tronco comum, de modo a que se edifique um amplo programa nacional, adequadamente veiculado pela constituição de uma nova força política - Aliança Democrática Portugal - que restaure a confiança ao povo português, indique o rumo para a construção de uma sociedade mais próspera, e devolva a convicção e o arrebatamento que faltam a Portugal". Como as coisas funcionam em Portugal, como o sistema se defende a si próprio blindando-se e destruindo todas as iniciativas que constituam uma potencial ameaça mínima para os partidos, não lhes gabo a sorte. Mas ninguém os proíbe de serem persistentes e de sonharem. É tudo uma questão de convicção, se preferirem, de liberdade de sonhar.

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