quarta-feira, maio 28, 2008

Comunicação política?

Eu já aqui disse, e mantenho, que em matéria de comunicação política o governo regional apresenta tremendas insuficiências, pelo simples facto de que ela não existe. O silêncio não esclarece ninguém. Para além disso, as pessoas ficam cada vez mais com a ideia de que com Alberto João Jardim fora as "coisas" parece que param e que tudo entra numa passividade doentia. Ficamos com a sensação de que anda tudo a reboque dos factos em vez de haver o poder de iniciativa. Ou seja, os governantes, alguns deles, andam a reboque da agenda que outros estabelecem, em vez de lhes caber a iniciativa de a gerarem. Vem isto a propósito do tal relatório do grupo de trabalho criando no âmbito da liberalização. Logo que se começou a falar num documento que ninguém conhecia, ele deveria ter sido disponibilizado no site do Governo Regional (lembram-se da polémica sobre o relatório de Abel Mateus acerca do PIB regional?). Eu desconheço o documento que terá sido enviado a Lisboa. Ontem falei no assunto neste blogue. A Secretaria Regional do Turismo não divulgou como deveria ter feito. Agora, num paradoxo caricato (na perspectiva de que deveria ter sido o executivo a fazê-lo), é o deputado do PS Carlos Pereira - depois do "cheirinho" já ontem dado no seu blogue - a anunciar que o documento estará disponível no site do grupo parlamentar do PS. Perante isto acho desastroso que o Governo Regional não entenda absolutamente nada do que é a comunicação política nos tempos que correm, confrontando-se com o caricato de ser a oposição a revelar um documento que em Julho de 2007 foi enviado pelo grupo de trabalho ao Secretário Regional do Equipamento Social e Transportes. Durante uma semana fomos confrontados – e este é outro exemplo - com a notícia sobre a diferença dos preços dos combustíveis. Os valores divulgados não estavam correctos mas ninguém os rectificou. Fui eu à procura deles e coloquei-os aqui e no meu texto de opinião. Obviamente que eles não alteram a realidade dos Açores terem os valores de combustíveis mais inferiores, mas não podemos estar uma semana a ouvir falar de preços - que ainda ontem foram repetidos na RTP por Maximiano Martins - como se fossem reais quando não eram. Assim, confesso, não vamos longe. Assim, não entendo nada.

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