sábado, março 01, 2008

Sócrates: nova sondagem, nova queda (II)

Continuando a ter por base a por base a sondagem, realizada pela Eurosondagem para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, hoje divulgada, o semanário diz:
"Maioria absoluta sim, mas...
A maioria dos portugueses (41,3%) gostava que das próximas legislativas (em 2009) saísse uma maioria absoluta... mas de uma coligação e não de um só partido. A reedição de um cenário como o actual (maioria absoluta de um só partido) é algo que só 13% defendem, ao passo que 33% não se importavam mesmo que o próximo Governo fosse de maioria relativa. Não lhes foi perguntado quem acham que será o próximo primeiro-ministro, mas uma coisa é certa para a esmagadora maioria dos inquiridos (85,1%): José Sócrates vai recandidatar-se ao lugar. 56,4% acham, aliás, que o deveria fazer, contra 32,7% que preferiam que não. Na base desta tendência estará a opinião que têm da oposição - 56,1% não vêem Luís Filipe Menezes como uma alternativa credível - e o balanço dos três anos de governação socialista - apesar de 40,4% entenderem que ficou abaixo das expectativas, os que reconhecem que está dentro ou acima do que esperavam somam 52%. Para a maioria dos inquiridos, a Saúde, o Emprego e a Economia são as áreas em que o país está pior desde 2005; já nas Finanças Públicas, na Segurança e na Educação está melhor. Ascendem a 60% os que concordam com o sistema de avaliação dos professores proposto pelo Governo.
Aumento exponencial de indecisos
Os dados mais interessantes da sondagem de Março Expresso/SIC/Rádio Renascença/Eurosondagem estão nas entrelinhas: no facto de a percentagem de inquiridos que responderam Não Sabe/Não Responde (NS/NR) na intenção de voto ter passado de 11,8% para 18,1% (um aumento de 6,3%) e de a taxa de resposta ao estudo de opinião ter diminuído - de 81% para 79,6% (menos 1,4%). Cresce o número de portugueses desinteressados dos políticos e da política? Assim parece. Com esta tendência por pano de fundo, outras há a registar: os partidos à direita do PS descem nas intenções de voto do eleitorado; o PS e os partidos à sua esquerda sobem. Nas oscilações de Fevereiro para cá, a maior é a registada no PSD: há um mês, o partido de Luís Filipe Menezes comemorava o encurtamento da distância relativa ao PS para menos de 10 pontos. Este mês tem de voltar a guardar os foguetes: perde quase dois pontos percentuais e como o seu principal rival conquistou mais 0,7% vê de novo a distância a alargar-se. Só em duas circunstâncias particulares é que as intenções de voto nos sociais-democratas ultrapassam as intenções de voto nos socialistas: na faixa etária dos eleitores com mais de 60 anos e entre os residentes a Norte. A explicação, num mês em que o Governo foi remodelado - tendo a substituição de Correia de Campos e de Isabel Pires de Lima sido insuficiente para 43,7% dos inquiridos - e os professores estão a ferro e fogo com manifestações quase diárias de contestação à política de Educação, encontra-se, é bom de ver, entre os próprios sociais-democratas: Fevereiro foi marcado por notícias constantes de um partido muito dividido que Menezes não está a ser capaz de unificar".

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