quinta-feira, novembro 22, 2007

Um cheiro a irresponsabilidade

Eu acho lamentável que depois da desgraça se inicie uma caça às bruxas, na ânsia de misturar política com acidentes, muito menos quando há vítimas a lamentar. Hoje ouvi na RTP o Presidente da CMF reconhecer que não podia garantir, naquele momento, se o empreendimento em questão tinha ou não licença. Eu quase que poderia garantir que não, pelo absurdo que as reportagens televisivas a todos mostraram. Vamos ver o esclarecimento que a seu tempo deverá a CMF dar. Mas, para além disso, cheira-me a uma tremenda irresponsabilidade por parte da empresa, que não pode nem "sacudir a água do capote" nem querer dizer-se surpreendida. Incúria, pois basta ver as fotografias que Raimundo Quintal levou hoje à RTP da Madeira, para se constatar, e confirmar, que o que aconteceu hoje nos Socorridos não aconteceu mais cedo por milagre. E, já agora, recomendo às pessoas, algumas delas muito céleres a comentar publicamente alertas responsavelmente dados em devido tempo feitos, que se contenham e que não caíam na banalidade. Contra factos, diz o povo, não há argumentos. Francamente, e sem mais comentários, eu tenho dificuldade em aceitar que um responsável pela Tâmega possa garantir, sinceramente, que não previa que aquilo acontecesse. Será que a empresa não tinha ninguém que fosse ver o que Raimundo Quintal viu e nos mostrou quanto à consistência (ou à ameaça) da escarpa que acabou por ruir?

Sem comentários: