Tecnocratas
Ao contrário do que se possa pensar não tenho nada, rigorosamente nada, contra os tecnocratas, entendidos apenas como cidadãos com formação superior, com um perfil que assenta, regra geral, na recusa de qualquer actividade política mais intensa, que fogem de toda a visibilidade partidária e que, por isso mesmo, não têm vocação natural para o exercício da política quotidiana. Mas isso nada tem a ver com a sua competência profissional e com o relacionamento pessoal que mantêm. Estamos entendidos? Quanto a governos, obviamente que o PSD da Madeira precisa de ganhar as eleições (Serrão é que diz ter secretários melhores do que todos os que o PSD possa apresentar…), de ganhá-las de forma clara e inequívoca, depois Alberto João Jardim na qualidade de vencedor será convidado a formar governo, deve ter, e terá, toda a liberdade para escolher os seus colaboradores mais directos, o modelo orgânico do governo, a dimensão do mesmo, a amplitude da estrutura de cada gabinete, etc. E mais ninguém tem que andar a mandar papaias. O que eu disse, e mantenho, é que este mandato (2007 a 2011) será, pela natureza da conjuntura actual e pela conjugação de vários factores, um dos mandatos que exigirá mais intensidade política, maior protagonismo, não sendo possível nem tolerável admitir mais que seja Alberto João Jardim a servir de “bombeiro”, por tudo e por nada, e tudo por causa de uma máquina que emperra quando ele está fora da Região por causa de susceptibilidades pessoais, temores infundados, fuga a responsabilidades, acomodamento, recurso ao “deixar andar que logo se verá”, etc. E isso repito as vezes que entender. Estamos claros? Ou já se esqueceram que o governo socialista de Sócrates, considerado uma máquina poderosa de propaganda, assente no controlo rigoroso por parte do primeiro-ministro e do seu gabinete, é um exemplo de como um governo faz política, independentemente da verdade utilizada e da dimensão da demagogia utilizada e dos embustes habilmente camuflados? Eu não tenho. E sabem porquê? Porque todo o governo tem a obrigação de fazer política – se não fosse assim bem precisávamos de eleições, bastava nomear os governos por despacho… - mesmo que isso implique, como é o caso, o recurso à propaganda (mas bem vistas as coisas, qual o governo que vive sem propaganda?). A mim não me incomoda a propaganda. O que se exige da oposição, mais do que organização e unidade interna, é um discurso político e a inteligência e competência para desferir acções de contra-propaganda. E isso não tem acontecido.
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