terça-feira, março 27, 2007

Madeira: Complicado

Segundo o Correio da Manhã de hoje, Maria José Morgado acusou o presidente do Nacional da Madeira, Rui Alves, o árbitro Augusto Duarte e os seus fiscais de linha, bem como o empresário de futebolistas António Araújo pelo crime de corrupção activa e passiva para acto desportivo. É mais do que evidente que a situação se complica para o dirigente madeirense. É certo que uma coisa é ser arguido e sujeitar-se a julgamento, e outra coisa é ser condenado. Mas não há duvida que para o dirigismo desportivo o melhor é que as pessoas não sejam envolvidas em situações como estas. Costumam ser o princípio do fim. A história que o Correio da Manhã divulga hoje é esta: "Os factos estão relacionados com o jogo Nacional-Benfica que os madeirenses ganharam por 3-2 e que, na prática, afastou a equipa encarnada da luta pelo título. Nessa época de 2003/2004 o Benfica tinha nove pontos de atraso até essa 25.ª jornada da I Liga mas a partir dessa derrota ficou a 12 pontos do líder da competição, FC Porto, que viria a sagrar-se campeão.Este é o segundo jogo que envolve uma acusação de um árbitro da primeira categoria e é o primeiro em que o Benfica terá sido prejudicado pela arbitragem num momento decisivo do campeonato.Nesta investigação, que resulta de uma certidão extraída do processo principal do ‘Apito Dourado’ e enviada para o tribunal do Funchal, foi também visada a eventual participação do presidente portista, Jorge Nuno Pinto da Costa, que acabou por ver arquivado o inquérito nessa parte.O jogo Nacional-Benfica, realizado a 22 de Fevereiro de 2004, foi arbitrado por Augusto Duarte, da Associação de Futebol de Braga, auxiliado por José Carlos Neves Ramalho e Alfredo Augusto Fernandes Braga. Para a investigação do ‘Apito Dourado’, este desafio foi antecedido de factos suspeitos que terão sido concretizados numa arbitragem deficiente. Segundo os investigadores, a equipa de arbitragem terá cometido dois erros, um a beneficiar o Benfica mas outro, mais importante, a favorecer o Nacional. Esta tese foi construída com base no visionamento dos jogos constantes de vídeos apreendidos durante a investigação e posterior elaboração de um relatório de peritos.No essencial, tudo terá começado cinco dias antes do jogo. Nessa data, 17 de Fevereiro, o presidente do Nacional, Rui Alves, informou o empresário António Araújo, com ligações conhecidas ao FC Porto, que o árbitro iria ser Augusto Duarte. Perante tal notícia, Araújo não evitou uma exclamação de satisfação e terá repetido por várias vezes a palavra “espectáculo”. Nessa conversa, captada em escutas telefónicas, Araújo é suspeito de ter sugerido a Rui Alves que abordasse Augusto Duarte no sentido de beneficiar o Nacional. O presidente deste clube aceitou mas terá pedido que fosse Araújo a fazer a abordagem.Nos dias seguintes, 18 e 19 de Fevereiro, foram captadas conversas de Araújo indiciadoras do encontro com o árbitro, que se terá concretizado a 19, em Braga, junto ao café Ferreira.Os investigadores apontam ainda factos que indiciam o pagamento ao árbitro Augusto Duarte".

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