segunda-feira, março 26, 2007

Madeira: Os erros de Violante Matos

Violante Matos cometeu dois erros políticos. O primeiro, porventura o mais pequeno, foi o de ter acreditado que a mudança seria possível e que Paulo Martins, o histórico dirigente da extrema-esquerda local, poderia ceder no processo de elaboração da lista de candidatos. Ou seja, a renovação que Violante Matos reclama e queria aplicada, nunca poderia parecer imposta, mas antes natural, o que explica o conservadorismo que Martins, coerentemente, diga-se em abono da verdade (entrevista ao DN do Funchal). Mas o segundo erro político de Violante, para mim o mais grave - e neste caso percebe-se bem a opção de Martins - foi o de querer impor(?) ao Bloco de Esquerda a opinião que nestas eleições deveria haver apenas um alvo político - o Governo Regional e o PSD. Segundo o DN do Funchal, isto não queria dizer "que devamos deixar passar em claro as medidas do Governo da República" mas noutro contexto que não o de eleições regionais. Consta que Violante Matos defendeu esta posição numa reunião da "Coordenadora" do BE mas que ficou compreensivelmente isolada. Vamos a factos: em 2004, com Violante Matos, o Bloco de Esquerda perdeu votos e um deputado. Um acho que mais do que tudo era preciso saber porque motivo isso aconteceu. O BE para poder recuperar votos, tem que fazê-lo á esquerda, não atacando o PSD. Alguém acredita que o eleitorado do PSD votará no Bloco de Esquerda seja a que pretexto for? Então como pode o BE crescer em votos e eventualmente eleger o desejado segundo mandato, que é o seu principal objectivo eleitoral? "Roubando" eleitores ao PS e ao PCP e recuperar parte do eleitorado da antiga UDP que em meu entender anda por ai meio a vaguear. Nesta conformidade, Violante Matos tem de reconhecer que não tem a razão do seu lado e que dificilmente Paulo Martins deixa de ter razão nos fundamentos das suas opções estratégicas e nas suas opções quanto à lista.

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