quinta-feira, março 22, 2007

Formação

Este caso de Sócrates recorda-me uma outra situação que sempre me fez uma tremenda confusão: falo dos professores que concluíam os chamados "complementos de formação" (eu não discuto direitos, nem a legalidade da questão em si, mas tenho a liberdade de questionar a legitimidade e a lógica, política e em termos de gestão de recursos humanos, subjacente a tudo isto) - esquema aprovado pelo governo socialista de Guterres e em diversas unidades do País, sempre em regime pós-lanoral -ganhando deste modo uma equiparação, sobretudo salarial e de reforma, ao grau de licenciatura. Um docente com o antigo 5º ano do Liceu, mais dois de Magistério primário juntava mais um ano na Universidade e passava a licenciado. O estranho é que muitos deles reformavam-se depois de concluírem essa formação adicional, auferindo as respectivas reformas já em função da licenciatura adquirida por equiparação, sem nunca terem efectuado ao longo da carreira contributiva, descontos ao nível desse estatuto obtido já em final de carreira. E lembro-me que, uma vez, depois da Universidade da Madeira ter anunciado a suspensão desses complementos, os sindicatos reuniram-se à porta do Reitor a protestar. Penso que foi o acumular de situações como esta que acabou por determinar a actual política do Ministério da Educação.

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