
O Funchal será o palco preferencial para as iniciativas do PCP e Bloco de Esquerda, por muito que estes queiram só para dar uma ideia de globalização à escala regional, da campanha, quando é sabido que o peso eleitoral dos dois partidos é essencialmente no eixo Câmara e Lobos-Machico.
Não me parece lógico que PCP e Bloco de Esquerda, pela Calheta, Porto Moniz e Santana (Porto Santo incluído, provavelmente a Ribeira Brava também), quando sabem que não têm ali praticamente nenhuma votação, o que implica, compreensível e pragmaticamente uma aposta em zonas que eleitoralmente se podem revelar uma mais valia. Também não vejo o CDS/PP “perder tempo” em campanhas em concelhos onde praticamente não existe – Porto Moniz, São Vicente, Santana, Porto Santo, Machico, Ribeira Brava – sendo natural que as apostas dos centristas se inclinem para a Calheta (onde jogam tudo por tudo, eventualmente a eleição do terceiro deputado regional), Funchal e Santa Cruz (Caniço) e eventualmente a Ponta do Sol. Enquanto PSD e PS terão que realizar uma campanha à escala regional, para não perderem votos nos concelhos da Madeira, o Partido da Terra vai apostar em Câmara de Lobos, por causa de João Isidoro, e no Funchal, nalgumas zonas altas, apostando nesse caso em Ismael Fernandes. Admito que o PT possa ainda jogar alguma cartada, em garantias de sucesso, em Santa Cruz (Camacha) e Machico, mas nestes dois casos tudo dependendo dos efeitos negativos que as opções de Serrão possa provocar.
Eu continuo a pensar que, em eleições, para além do eleitorado fixo que cada partido tem, independentemente de quem candidata, há uma importante fatia que é eleitorado flutuante (em calculo entre os 10 e os 15 mil eleitores) e uma parte, não menos importante, de eleitorado que, embora mantendo a fidelidade partidária, é influenciado, no sentido de votar ou não, pelas listas, pela amplitude da renovação (eu estimo em cerca de 8 a 10 mil eleitores). Um eleitorado que na sua maioria não “vende” a sua fidelidade partidária, pelo que, em desacordo e desmotivado, opta pela abstenção do que muda o sentido normal do seu voto.
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