quinta-feira, março 08, 2007

Eleições regionais XXII

Eu sou muito pragmático. Sempre fui. Podem alguns, mais “naifs” julga que se trata de um defeito, porventura de uma tendência excessiva para uma atitude defensiva, mas a verdade é que este pragmatismo até hoje não me deixou mal. O pragmatismo em política é, será sempre, uma virtude. Nunca um defeito. Nessa conformidade, creio que os partidos políticos envolvidos na campanha eleitoral começaram a definir prioridades, muitas delas já perceptíveis.
O Funchal será o palco preferencial para as iniciativas do PCP e Bloco de Esquerda, por muito que estes queiram só para dar uma ideia de globalização à escala regional, da campanha, quando é sabido que o peso eleitoral dos dois partidos é essencialmente no eixo Câmara e Lobos-Machico.
Não me parece lógico que PCP e Bloco de Esquerda, pela Calheta, Porto Moniz e Santana (Porto Santo incluído, provavelmente a Ribeira Brava também), quando sabem que não têm ali praticamente nenhuma votação, o que implica, compreensível e pragmaticamente uma aposta em zonas que eleitoralmente se podem revelar uma mais valia. Também não vejo o CDS/PP “perder tempo” em campanhas em concelhos onde praticamente não existe – Porto Moniz, São Vicente, Santana, Porto Santo, Machico, Ribeira Brava – sendo natural que as apostas dos centristas se inclinem para a Calheta (onde jogam tudo por tudo, eventualmente a eleição do terceiro deputado regional), Funchal e Santa Cruz (Caniço) e eventualmente a Ponta do Sol. Enquanto PSD e PS terão que realizar uma campanha à escala regional, para não perderem votos nos concelhos da Madeira, o Partido da Terra vai apostar em Câmara de Lobos, por causa de João Isidoro, e no Funchal, nalgumas zonas altas, apostando nesse caso em Ismael Fernandes. Admito que o PT possa ainda jogar alguma cartada, em garantias de sucesso, em Santa Cruz (Camacha) e Machico, mas nestes dois casos tudo dependendo dos efeitos negativos que as opções de Serrão possa provocar.
Eu continuo a pensar que, em eleições, para além do eleitorado fixo que cada partido tem, independentemente de quem candidata, há uma importante fatia que é eleitorado flutuante (em calculo entre os 10 e os 15 mil eleitores) e uma parte, não menos importante, de eleitorado que, embora mantendo a fidelidade partidária, é influenciado, no sentido de votar ou não, pelas listas, pela amplitude da renovação (eu estimo em cerca de 8 a 10 mil eleitores). Um eleitorado que na sua maioria não “vende” a sua fidelidade partidária, pelo que, em desacordo e desmotivado, opta pela abstenção do que muda o sentido normal do seu voto.

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