Desilusão

O Presidente do Governo manifestou o seu desagrado pelo facto da burocracia patética da UED impedir, por exemplo, que uma região, parte integrante de um País, se possa queixar, caso seja comprovadamente prejudicada. A mim isso não me espanta pois já sabia, conhecendo o esquema de funcionamento das instituições comunitárias, que não havia maneira de contornar esse impedimento. Uma cosia é esse recurso, outra coisa é a liberdade que a Madeira tem, e já o fez, de enviar um pormenorizado relatório a Bruxelas (Barroso e comissária Danuta) acerca da implicação das dificuldades financeiras impostas por Lisboa, nomeadamente depois do “veto” à contracção de um empréstimo junto do BE consignado ao pagamento da componente regional dos investimentos financiados com fundos comunitários. Na realidade, numa Europa que insiste em classificar-se a si própria de “Europa das Regiões”, há mecanismos internos que não podem deixar de ser salvaguardados. E os direitos das regiões, caso a União pretenda reforçar essa vertente, têm que ser reforçados, para que não tenhamos o primado da “ditadura estatal” numa União cada vez mais desacreditada e distante das pessoas. E, curiosamente, ainda por cima a Madeira foi a região portuguesa que em 1999 e 2004 registou a menor taxa de abstenção nas eleições europeias, assunto que vou abordar noutro post.