segunda-feira, janeiro 22, 2007

Contas...

Do jornal "Público" de hoje, retive esta notícia:
"Uma inspecção das Finanças às contas da Fergráfica, uma empresa do grupo CP, detectou inúmeras irregularidades durante o mandato do seu administrador Jorge Galamba, nos quais se incluem 8059 euros de despesas não justificadas referentes a restaurantes e a viagens ao estrangeiro. Índia, Brasil, Barcelona, Madrid, Itália, Chicago, África do Sul, Londres, França, são alguns dos destinos referidos no relatório da IGF (Inspecção Geral de Finanças) que foram pagos pela Fergráfica ao seu administrador. A grande maioria dessas despesas têm suporte em facturas e recibos que os inspectores classificam como "documento que não refere se a despesa incorreu ao serviço da empresa". Entre eles encontram-se perfumes, roupas e CD de música comprados no estrangeiro, bem como a maioria das despesas de restauração e hotéis. Os inspectores detectaram uma viagem de avião à Índia no valor de 1037 euros sem qualquer documentação e outra, não justificada, de 1136 euros de estadia em hotéis naquele país, além de restaurantes e compras em boutiques. Em Chicago a deslocação é justificada pela visita a uma feira de artes gráficas, mas a viagem à África do Sul (947 euros pagos a uma agencia de viagens) é explicada como tendo o objectivo de "ver máquina". Já os hotéis em Londres, Nice, Narbone e Paris encontram-se justificados como viagens de serviço. No entanto a Fergráfica é uma empresa falida. O seu capital próprio é negativo em 2,9 milhões de euros e encontra-se esmagado por um passivo de 4,4 milhões de euros. A empresa facturou 1,8 milhões de euros em 2005, tendo registado prejuízos no valor de 575 mil euros. Sobrevive com injecções de capital da sua accionista CP que, pontualmente, lhe vai resolvendo os problemas de tesouraria. A IGF estranhou as despesas e as viagens intercontinentais do administrador de uma empresa tecnicamente falida, mas limitou-se a somar aquelas que não tinham qualquer justificação e que totalizam 8059,77 euros. A maioria referem-se a restaurantes e hotéis. Contactado pelo PÚBLICO, Jorge Galamba disse que tinha pago nesse mesmo dia um montante de 3761 euros e que uma outra parcela de 4253 euros tinha sido liquidada através de um encontro de contas relacionado com despesas que ainda tinha a haver da Fergráfica. O agora vogal da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) disse que saiu da Fergráfica em Março de 2005 para tomar posse no Tribunal Constitucional (que tutela aquele organismo), mas que continuou a ir à empresa durante dois meses para dar apoio ao novo administrador que o substituiu, dado que na Rua do Século nem sequer tinha sítio para as instalações da ECFP. "Pedi à empresa que me ressarcisse desse tempo em que ajudei o meu sucessor, mas a Fergráfica não aceitou a proposta e paguei hoje mesmo 3761 euros", disse Jorge Galamba, explicando por que motivo só resolvia o assunto um ano depois de ter saído da empresa".
Do seu curriculium não consta qualquer passagem pelas contas do PS como denunciou há dois anos Jerónimo Sousa. Apenas isto: "Membro da Candidatura de Jorge Sampaio à Eleição para Presidente da República (2000/01) com as funções de Director da Sede e Responsável pelas aquisições e alugueres de equipamento e materiais de escritório, publicidade e propaganda da Campanha e posterior distribuição pelas Comissões Distritais".
Contas dos partidos...

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